Ya se encuentra disponible las Memorias - Universidad del Valle
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neotropicais: o número de espécies sinalizadas a priori como uma<br />
única morfoespécie é bem maior do que imaginado ou registrado.<br />
Temos assim, pelo menos no gênero Pachycondyla, provas da<br />
ocorrência de numerosas espécies alopátricas com características<br />
morfológicas similares, mas também de espécies crípticas simpátricas.<br />
Já em 1953, Wilson & Brown estavam propondo a eliminação<br />
progressiva dos táxons infraespecíficos da nomenclatura científica,<br />
através do uso exclusivo da forma binominal para os nomes das<br />
espécies válidas recém-descritas ou revisadas. Esta proposta foi<br />
largamente <strong>se</strong>guida pelos taxonomistas de formigas, mas nem <strong>se</strong>mpre<br />
em outros grupos (Isaac et al., 2004). Um bom exemplo disso pode<br />
<strong>se</strong>r visualizado no catálogo de Bolton (1995), por exemplo, onde a<br />
nomenclatura trinominal ou às vezes quadrinominal ainda persiste<br />
somente para espécies de formigas que não sofreram estudos<br />
taxonômicos recentes. Por outro lado, a nomenclatura trinominal ainda<br />
é de uso geral em taxonomia de Lepidoptera, ba<strong>se</strong>ado no conceito do<br />
politipismo das espécies (Isaac et al., 2004), onde <strong>se</strong> aceita que podem<br />
ocorrer maiores variações entre raças e/ou variedades de uma mesma<br />
espécie do que entre espécies diferentes. Entre os taxonomistas de<br />
mamíferos, predominou muito tempo essa última idéia, mas há<br />
atualmente, entre os mastozoologistas, o con<strong>se</strong>nso no uso da<br />
nomenclatura binominal na descrição de novos táxons. Este uso<br />
diferenciado da nomenclatura acata, por exemplo, uma visão<br />
diferenciada da biodiversidade onde estudos sobre a riqueza em<br />
formigas e em borboletas ba<strong>se</strong>ados em listas de espécies são<br />
dificilmente comparáveis (Isaac et al., 2004).<br />
Essas dificuldades decorrem, por parte, dos diferentes conceitos sobre<br />
a noção de espécie que existem na literatura, onde <strong>se</strong> opõem aquele<br />
derivado do “conceito biológico de espécies” que <strong>se</strong>guem<br />
Dobzhansky, Mayr (Isaac et al., 2004) e muitos biogeográfos clássicos<br />
(Blon<strong>del</strong>, 1995), onde espécies politípicas são comumente<br />
reconhecidas, daquele derivado do “conceito filogenético de espécies”<br />
(Isaac et al., 2004), que tem tendência a <strong>se</strong> generalizar, onde formas<br />
geograficamente distinguíveis, mesmo <strong>se</strong>m um nítido isolamento<br />
reprodutivo, e cujas relações de parentesco podem <strong>se</strong>r inferidas, são<br />
aceitas como espécies válidas (como por exemplo, em Amorim, 1997;<br />
Zunino & Zullini, 2003). Segundo Isaac et al. (2004), essa<br />
generalização gera uma grave instabilidade taxonômica e contribui a<br />
inflacionar (“inflação taxonômica”) o número de espécies de<br />
determinados grupos, mais através das mudanças criadas pela adoção<br />
do novo conceito do que pela descoberta de novos táxons. Além disso,