Portanto, não se consegue visualizar uma postura uniforme dentre os postulantes ao assentopermanente. As estratégias para consecução de seus pleitos são bastante diversas, com alguns pontosde tangência. Enquanto alguns parecem participar maciçamente de OMP, outros não dedicam especialinteresse nesta estratégia para concentrar seu pleito de inclusão. Permite-se concluir que, dentre ospostulantes citados, Nigéria, Índia, Brasil, Egito e, até mesmo a Alemanha parecem ter optado pordedicarem esforços à participação em OMP. Por outro lado, vê-se que Brasil, Japão e Alemanhaparecem também dispostos a se manterem constantemente no plenário do Conselho de Segurança,mesmo como Membros não-permanentes, como parte de suas estratégias de inserção no processo dereformulação da estrutura da ONU.Constata-se, conclusivamente, que a participação do Brasil em OMP pode ser consideradaexpressiva na comunidade internacional. Verifica-se ainda, que tal participação foi substancialmenteaumentada após o ano de 1988, em especial após a segunda metade da década de 1990 e mantidadurante a primeira década do século XXI (Governos Fern<strong>and</strong>o Henrique Cardoso e Luiz InácioLula da Silva que, independentemente de suas divergências políticas e ideológicas, mantiveram amesma sintonia neste aspecto da política externa brasileira). Constata-se, ainda, a aproximação dosdiversos discursos que justificam o pleito de assento permanente no CSNU com a argumentação pormaior inserção brasileira no cenário internacional, sua liderança regional e sua participação efetivae engajada em Operações de Manutenção da Paz. Por fim, verifica-se que, dentre os países que maiscomumente pleiteiam vaga permanente no CSNU, não há uniformidade de estratégias de maior oumenor participação em OMP.Assim, a opção pelo aprofundamento sobre o caso brasileiro buscou traduzir que, diante dacategorização apresentada de estados que mais se engajam em operações de paz, o caso brasileiroparece ímpar por aglutinar características de interseção dentro das diversas categorias estudadas. Suaestratégia parece demonstrar firme propósito de se fazer presente de forma ativa sob diversas facetas,sejam regionais, sejam via m<strong>and</strong>ato eletivo no Conselho de Segurança, seja por engajamentos devisibilidade internacional.Essa alteração de postura brasileira e sua categorização podem, no entanto, servirem de subsídioao aprofundamento de outros casos. Os países do Cone Sul parecem ter mais interseções entresuas posturas. O caso do Uruguai, por exemplo, guarda bastante similitude ao caso brasileiro. Aparticipação uruguaia, apesar de ser declaradas somente como um auxílio à política externa dopaís, tornaram-se a principal atividade de suas Forças Armadas. De fato, a lei orgânica uruguaiaencarrega as Forças Armadas de primeiramente defender o território uruguaio e manter a segurançainterna. Entretanto, essa função parece ter se tornado insuficiente para manter os efetivos militaresocupados, assim, a participação em operações de paz aparece como uma forma de empregar os“militares excedentes”. 36 Para o Uruguai, as operações de paz também proporcionam treinamento aossoldados, assim como se traduzem em renovação de equipamentos e possibilidade de aumento dosrendimentos particulares dos militares. O resultado desta política é que atualmente mais de 60 porcento dos militares uruguaios já tiveram ao menos uma experiência em operações de paz. SegundoZurbriggen 37 , a maioria destes efetivos afirmou ter participado dessas operações principalmente pelosincentivos econômicos.Os Estados têm propósitos diferentes ao decidirem se engajar ou não em Operações de Paz, masparece claro que o nobre propósito de auxiliar a manter a paz nem sempre é o que norteia tais decisões.Assim, o poder de ingerência sobre áreas ‘consideradas’ como danosas à paz mundial apenas deixou36VALES, Tiago Pedro. A Constante Presença Uruguaia nas Operações de Paz: Implicações às Questões Internas no Âmbito Político. II Simpósiode Pós-Graduação em Relações Internacionais UNESP/UNICAMP/ PUC/SP, 16 a 18 de Novembro de 2009. Disponível em: http://www.unesp.br/santiagodantassp. p.12.37ZURBRIGGEN, Cristina. Politica Exterior, defensa y las operaciones de paz: ¿uma estratégia coherente? – El caso de Uruguay. Revista FuerzasArmadas y Sociedad • Año 19 • Nº 1 • 2005 • pp. 85-109106<strong>Security</strong> <strong>and</strong> <strong>Defense</strong> <strong>Studies</strong> <strong>Review</strong> <strong>2010</strong> <strong>Fall</strong>-Winter Issue / Edicíón Otoño-Invierno <strong>2010</strong> / Edicão Outono-Inverno <strong>2010</strong> / Volume 11
de ser instituído por Estados isolados (mantida a ressalva de algumas ações nesse sentido) paraganharem respaldo institucional de Organizações Internacionais. A ONU parece também ter vividoo mesmo dilema multilateralismo versus emprego da força (em prol da paz). De um lado, o clamordo então recém-empossado Secretário Geral das Nações Unidas (em 1992), Boutros-Boutros Ghali,ansioso por expor suas idéias de reforma e readaptação da ONU ao novo cenário internacional. Noseu famoso estudo—Uma Agenda para a Paz—reforçava as imensas barreiras ideológicas que pordécadas alimentaram desconfianças e hostilidade—e terríveis ferramentas de destruição que lhe sãoinseparáveis—entr<strong>and</strong>o em colapso. 38 Assim, Uma Agenda para a Paz mostrava um momento emque se desejava olhar à frente, para um momento onde o multilateralismo parecia vir para imperar.De outro, diante da necessidade de reformulação da ONU, o Relatório Brahimi detalha em precisãoe, muitas vezes com aspectos eminentemente técnicos, os esforços da ONU no final da década de1990 para melhorar a atuação das OMP. Simplesmente aumentar o número de capacetes azuis, oucriar m<strong>and</strong>ados mais “robustos” não levou ao aprimoramento das OMP, a menos que fossem sanadosproblemas relativos a recursos, treinamento, com<strong>and</strong>o e controle. Poder de combate crível, apoiopolítico para o uso deste “poder combatente” e, ainda, capacidade técnica dos capacetes azuis emutilizá-lo seriam necessários para que as OMP não fossem “presas de facções em luta” 39 .Enfim, diante de perspectivas de interesses tão distintos entre os diversos Estados, a identificaçãoinequívoca da motivação que os leva a integrar uma OMP, realmente permite apenas a sinalização deparâmetros, categorias e conceitos que, analisados individualmente permitam identificar coerênciase similitudes.38ONU, An Agenda for Peace: Preventive Diplomacy, Peacemaking <strong>and</strong> Peacekeeping, 1992, § 8º. The immense ideological barrier thet for decadesgave rise to distrust <strong>and</strong> hostility – <strong>and</strong> the terrible tools of destruction that were their inseparable companions – has collapsed.(tradução minha).39ONU, Report of the Panel on United Nations Operations’ issued as United Nations Documents, 2000, § 48. Res. A/55/305 (AGNU) e S/2000/809(CSNU).<strong>Security</strong> <strong>and</strong> <strong>Defense</strong> <strong>Studies</strong> <strong>Review</strong> <strong>2010</strong> <strong>Fall</strong>-Winter Issue / Edicíón Otoño-Invierno <strong>2010</strong> / Edicão Outono-Inverno <strong>2010</strong> / Volume 11 107
- Page 2 and 3:
Security and Defense Studies Review
- Page 4 and 5:
CommentariesSecurity Cooperation Be
- Page 6:
6Security and Defense Studies Revie
- Page 9 and 10:
El espacio de las mujeres en las Fu
- Page 11 and 12:
La organización e institucionaliza
- Page 14 and 15:
encuentra altamente asociada al cam
- Page 16 and 17:
ministerial para la equidad de gén
- Page 19 and 20:
BibliografíaBarrancos, Dora (2007)
- Page 21 and 22:
Anexo IPaísIncorporación Femenina
- Page 23:
Anexo IIMujeres militares sudameric
- Page 26:
Todo un conjunto de cualidades, cap
- Page 29:
500 y durante la Batalla de Sarand
- Page 32 and 33:
miembros de la soberanía de la Nac
- Page 34 and 35:
10 de octubre de ese año, la Compa
- Page 36 and 37:
algunos barcos de apoyo para alberg
- Page 38 and 39:
1.75 metros de altura y como requis
- Page 40 and 41:
de producción sustituyendo al homb
- Page 42 and 43:
y sicológica, no sólo en los ámb
- Page 44 and 45:
La segunda etapa se caracterizó po
- Page 46 and 47:
Sin embargo, las preguntas acerca d
- Page 48 and 49:
La normativa vinculada con la asign
- Page 50 and 51:
conductas que pudieran encuadrarse
- Page 52 and 53:
Género en el marco de las Operacio
- Page 54 and 55:
ecordar que las ciencias sociales y
- Page 56 and 57: 56Security and Defense Studies Revi
- Page 58 and 59: De ese modo nos encontramos con mod
- Page 60 and 61: escala descendente de la oficialida
- Page 62 and 63: del total. Debe destacarse que dent
- Page 64 and 65: BibliografíaCarreiras, H.: Gender
- Page 66 and 67: Tras la aprobación de esta histór
- Page 68 and 69: Una vez aprobada la Resolución 132
- Page 70 and 71: para designar asesores de género e
- Page 73 and 74: firme se ha materializado en la ado
- Page 76 and 77: la construcción de la paz, la reco
- Page 78 and 79: Sin embargo, a medida que avanzaba
- Page 81 and 82: Women on the Front Lines of the Fig
- Page 83 and 84: term even has meaning any longer wi
- Page 85 and 86: following graduation. 15 Of course,
- Page 87 and 88: including members from other Americ
- Page 89 and 90: Solidariedade ou interesse? O que l
- Page 91 and 92: em mais amplo e complexo. 7A possib
- Page 93 and 94: Participação dos Estados-Membros
- Page 95: sujeitos a alguma OMP. Aqueles que,
- Page 98 and 99: às recomendações das Fases II, I
- Page 100 and 101: Franco, que assumira após o Impeac
- Page 102 and 103: O Brasil, por intermédio do Presid
- Page 104 and 105: No entanto, no tocante especificame
- Page 108 and 109: ReferênciasAlmeida Pinto, J.R. de;
- Page 110 and 111: ______. United Nations Department o
- Page 112 and 113: Beyond economic activities, the PRC
- Page 114 and 115: soy oil into the country, a flow wh
- Page 116 and 117: As is the case with Chinese investm
- Page 118 and 119: In some cases, Chinese companies, l
- Page 120 and 121: Although it is not possible to pred
- Page 122 and 123: Considering this, we will now go fr
- Page 124 and 125: The contribution of Chilean troops
- Page 126 and 127: within and outside the nation?3. Ho
- Page 128 and 129: 128Security and Defense Studies Rev
- Page 130 and 131: 130Security and Defense Studies Rev
- Page 132 and 133: the Iran-Contra affair, one of the
- Page 134 and 135: all American hostages were released
- Page 136 and 137: “As he frequently said with pride
- Page 138 and 139: making operation 48 was conducted s
- Page 140 and 141: secret army alongside skilled profi
- Page 142 and 143: public than Kelly, taking issue wit
- Page 144 and 145: Some conservatives, even within the
- Page 146 and 147: opponents that he was “getting pr
- Page 148 and 149: for Defense (SUBDEF)—could initia
- Page 150 and 151: Hence, our countries are showing a
- Page 152 and 153: I am referring to Ibero-American Su
- Page 154 and 155: Thus, our country has agreed to the
- Page 156 and 157:
sustraer mi producción intelectual
- Page 158 and 159:
hombres (22,288).• Inclusión. Al
- Page 160 and 161:
La perspectiva de trabajar en el di
- Page 162 and 163:
162Security and Defense Studies Rev
- Page 164 and 165:
assignment on the U.S. Secretary of
- Page 166 and 167:
las Operaciones de Paz se abren a u
- Page 168 and 169:
ConclusiónA modo de conclusión, u
- Page 170 and 171:
170Security and Defense Studies Rev
- Page 172 and 173:
offering insight into political ter
- Page 174 and 175:
goods, and skilled labor must all b
- Page 176 and 177:
country” like North Korea. To be
- Page 178 and 179:
178Security and Defense Studies Rev
- Page 180 and 181:
views of women, in effect disabling
- Page 182 and 183:
Marine Col. William T. Hewes’ arg
- Page 184 and 185:
19. Hughes, Melanie M. (2007) “Un
- Page 186 and 187:
MacEoin. Commonweal 14: 8-11.This i
- Page 188 and 189:
37. Sans Echaìniz, María. (1992)
- Page 190 and 191:
47. Woodward, Rachel, and Patricia
- Page 192 and 193:
elucidativos das dificuldades que e
- Page 194 and 195:
194Security and Defense Studies Rev
- Page 196 and 197:
of an integrated Canadian company i
- Page 198 and 199:
198Security and Defense Studies Rev
- Page 200 and 201:
stated it would rightfully infringe
- Page 202 and 203:
First, through an examination of de
- Page 204 and 205:
204Security and Defense Studies Rev
- Page 206 and 207:
impact on the reader, by acknowledg
- Page 208 and 209:
To the Editor:Kevin P. Newmeyer’s
- Page 210 and 211:
Whitney Hoft was a Center for Hemis
- Page 212 and 213:
The transformation of the role of w
- Page 214 and 215:
en Puerto Rico, esta soldada resume
- Page 216 and 217:
Deconstruyendo a Ollie: Cómo los c
- Page 218:
Center for Hemispheric Defense Stud