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Security and Defense Studies Review 2010 Fall ... - Offnews.info

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sujeitos a alguma OMP. Aqueles que, há pouco, eram “partes” em conflito. Seu caráter voluntárioem auxiliar nas OMP apresenta-se como uma certa “aceitação do sistema da ONU” e ainda, umapossibilidade de aumentar a simpatia internacional à sua identidade, além, é claro, do baixo riscode perdas políticas que seu engajamento permite. Eles podem também aumentar seu prestígio comoEstados pertencentes ao sistema internacional pela demonstração de um alto nível de aceitação doprocesso de manutenção da paz. 11 Tal grupo de países não foi reforçado apenas após a instituição da“nova ordem mundial” pós-1988; o Egito, logo após Suez, engajou-se em OMP. Israel fez o mesmo,após os conflitos do final da década de 1960. Outros exemplos mais recentes podem ser acrescidos aeste grupo, quais sejam: Marrocos, Croácia, Montenegro, Senegal, dentre outros.Um segundo grupo de países, claramente identificado, é constituído por países que,tradicionalmente, são os gr<strong>and</strong>es defensores da manutenção da paz e que mais contribuem para tanto.Estes são definidos pelo mesmo MacQueen como sendo as “potências médias” (middle powers).São Estados com médio poderio militar e que, portanto, muito suportam os contingentes queefetivamente engrossam as OMP. O termo “potências médias”, talvez fosse melhor traduzido por“potências do meio” decorrente de outro sentido conotativo que lhes é atribuído devido ao seu papeldurante o período da Guerra-fria; ou seja, mantiveram-se em uma postura quase neutra, “de meio”,durante gr<strong>and</strong>e parte da distensão bipolar. Na realidade, apenas alguns destes Estados realmente semantiveram numa formal neutralidade durante a Guerra-fria (como a Irl<strong>and</strong>a e a Suécia); outros comoo Canadá (que mais participou de OMP até a atualidade), a Hol<strong>and</strong>a, a Noruega, a Dinamarca, porexemplo, eram membros efetivos da aliança ocidental, mas projetavam uma imagem internacionalresponsável e imparcial. Para alguns Estados inclusive, a extensa participação em OMP, ajudava aassegurar um diferencial de experiência militar em relação ao poder de vizinhos ou de lideres debloco que se exp<strong>and</strong>iam; como os casos do Canadá (com os EUA), da Irl<strong>and</strong>a (com o Reino Unido),e mesmo do Paquistão e de Bangladesh (com a Índia).Mais recentemente, micro-Estados têm se engajado nesta empreitada como uma formade explorarem suas tradicionais culturas militares (como Fiji e Nepal), para enaltecerem seureconhecimento internacional (como Tuvalu e Vanuatu) ou, mais precisamente ainda, como forma deterem acesso a tecnologias e procedimentos militares que, dificilmente, teriam condições financeirasde desenvolver ou adquirir (como Kenya, Senegal ou Uruguai). Engajam-se, ainda, como fonte derecebimento de compensações econômicas financiadas pela ONU para a manutenção de suas ForçasArmadas e Policiais.O enquadramento do Brasil em um dos três gr<strong>and</strong>es grupos de países supramencionados écomplexo. Se por um lado o prestígio ao multilateralismo, a neutralidade, a característica pacífica dopaís e certo engajamento maciço em OMP habilita o país a ser considerado dentre os “middle powers”.Por outro, seu engajamento com reais forças e contingentes (à exceção da média participação naUNEF I, em Suez) coincide com período de intensa integração com seus vizinhos, sem nenhumcaráter competitivo militar com os mesmos, porém de natural busca de certa pujança regional. Desdea ONUMOZ (1994) a participação brasileira tem crescido e a união sul-americana nunca esteve tãopresente, inclusive com o MERCOSUL.Por outro lado, a destinação de recursos à área militar (efetiva para gastos operativos, ouseja, excluindo os gastos para pagamento de pessoal ativo e inativo) não tem permitido ao Brasilconsiderar-se no mesmo nível de Canadá ou Suécia. O pronunciamento do Embaixador Luiz Augustode Araújo Castro, por ocasião Seminário “Política Externa do Brasil para o século XXI”, realizadona Câmara dos Deputados em agosto de 2002, deixa claro que, neste aspecto, o Brasil aproxima-se11Idem: 17. they can also enhance their prestige as state within the international system by demonstrating a high level of compliance with thepeacekeeping process. (Tradução minha)<strong>Security</strong> <strong>and</strong> <strong>Defense</strong> <strong>Studies</strong> <strong>Review</strong> <strong>2010</strong> <strong>Fall</strong>-Winter Issue / Edicíón Otoño-Invierno <strong>2010</strong> / Edicão Outono-Inverno <strong>2010</strong> / Volume 11 95

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