o impacto das cotas nas
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O impactO <strong>das</strong> cOtas <strong>nas</strong> universidades brasileiras (2004-2012) • 145<br />
Estes dados provêm do questionário socioeconômico<br />
preenchido pelo aluno no momento de inscrição no vestibular.<br />
Não se baseiam na escolha da modalidade de ingresso pelo aluno,<br />
que é independente <strong>das</strong> repostas às questões sobre tipo de escola<br />
e identidade racial. Portanto, permitem separar aqueles que se<br />
consideram pretos e pardos, e incluem todos que estudaram a<br />
maior parte do ensino médio em escolas públicas, não somente<br />
aqueles qualificados para as <strong>cotas</strong>, que precisam ter estudado todo<br />
o ensino médio e pelo menos a metade do ensino fundamental<br />
em escolas públicas. De 2007 a 2008, primeiro ano de <strong>cotas</strong>, a<br />
proporção de todos os aprovados que cursou a maior parte do<br />
ensino médio em escolas públicas aumentou de 35,4% para 52,7%,<br />
e se manteve em torno deste nível desde então. Isso não significa<br />
que o número de vagas ocupa<strong>das</strong> por alunos que estudaram em<br />
escolas particulares tenha diminuído muito, porque a UFRGS<br />
passou por um período de expansão desde 2008, em função<br />
principalmente do Reuni. O número de aprovados que cursaram<br />
a maior parte do ensino médio em escolas particulares caiu de<br />
2.699 para 2.019 entre 2007 e 2008, mas depois foi aumentando<br />
novamente, chegando a 2.493 em 2012, somente 7,6% abaixo do<br />
seu nível de 2007.<br />
Entre 2007 e 2008, a proporção dos aprovados que são<br />
egressos de escolas públicas e se identificam como brancos ou<br />
amarelos aumentou de 31,8% a 41,1%, um incremento de um<br />
pouco menos de um terço. O aumento na proporção de negros<br />
(incluindo aqueles que se identificam como pretos ou pardos)<br />
de escolas públicas foi mais dramático, pulando de 3,6% para<br />
11,6% entre 2007 e 2008 e depois continuando em torno deste<br />
último nível. Ou seja, a proporção de negros de escolas públicas<br />
aprovada no vestibular da UFRGS aumentou mais de três vezes<br />
em consequência <strong>das</strong> <strong>cotas</strong>.<br />
O aumento na proporção de pretos de escolas públicas foi<br />
bem maior que o aumento na proporção de pardos egressos<br />
dessas mesmas escolas: de 2007 a 2008, a proporção de todos os<br />
aprovados que se identifica como parda duplicou, aumentando<br />
de 2,6% a 5,2%, ao passo que a proporção de pretos cresceu