o impacto das cotas nas
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52 • O impactO <strong>das</strong> cOtas <strong>nas</strong> universidades brasileiras (2004-2012)<br />
Se verificada essa participação da renda em cursos de alto<br />
prestígio e concorrência, percebe-se um <strong>impacto</strong> significativo.<br />
Em Odontologia, a participação dos que declararam ter uma<br />
renda familiar de até três salários minimos (SM) passou de<br />
4,3% (2004) a 38,5% (2012). Em Medicina essa faixa era de 3,4%<br />
(2004) e alcançou 18,1% (2012). Nesse curso a maior queda é<br />
observada entre os possuíam renda familiar entre 20 e 40 SM<br />
- 20,0% (2004) para 10,2% (2012). Em Engenharia Elétrica, os<br />
que declararam ter uma renda familiar de 1 a 3 SM era de 7,4%<br />
(2004) e quadruplicou em 2012 - 28,2% . Em Psicologia, o índice<br />
saiu de 7,8% (2004) para 37,1% (2012). 15<br />
A observação dos dados apresentados <strong>nas</strong> tabelas 8 e 9, a<br />
seguir, evidencia o forte vínculo entre a escolaridade dos pais<br />
e o acesso dos filhos a níveis mais elevados de escolarização,<br />
como têm apontado os estudos. No entanto, revela também<br />
o sistema de <strong>cotas</strong> como um mecanismo capaz de relativizar<br />
o efeito dessa equação. Assim, podemos perceber a partir de<br />
2005 uma mudança significativa no perfil da escolaridade dos<br />
pais dos estudantes que ingressam em cursos de alto prestígio.<br />
Percebe-se uma redução do contingente de estudantes com pais<br />
portadores de instrução superior e uma elevação do contingente<br />
cujo pai “nunca frequentou escola” ou tem curso “primário<br />
incompleto”. Em 2004, cerca da metade dos selecionados nos<br />
cursos de alto prestígio tinha pai com escolaridade superior<br />
completa e nos anos seguintes o percentual variou entre<br />
36,1% e 43,8%. Os estudantes cuja escolaridade do pai “nunca<br />
frequentou escola” e com “primário incompleto” passa de 3,1%<br />
(2004) para 8,3% em 2012.<br />
Com relação à escolaridade da mãe, a mudança é também<br />
relevante: em 2004, aqueles cuja mãe era portadora de<br />
15 Nos demais cursos de alto prestígio, a evolução da parcela de famílias com<br />
rendimentos até três salários mínimos entre 2004 e 2012 foi a seguinte: Arquitetura,<br />
de 4,9% para 33,5%; Engenharia Química, de 8,4% para 26,9%; Direito, de 1,7%<br />
para 28,1% Engenharia Civil, de 9,4% para 25,2% e Engenharia Mecânica, de 2,7%<br />
para 28,8%. Fonte:UFBA/Questionário socioeconômico.