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o impacto das cotas nas

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O impactO <strong>das</strong> cOtas <strong>nas</strong> universidades brasileiras (2004-2012) • 183<br />

Partindo destas definições, consideram-se estas três situações<br />

como anômalas, ou seja, os cotistas não permanecem na<br />

Universidade. São aqueles que selecionados no processo seletivo<br />

não concluirão o curso. No entanto, devido à natureza de cada<br />

situação, opta-se aqui por considerar como evasão, 16 ape<strong>nas</strong> a<br />

situação dos estudantes em situação de abandono. Pois são estes<br />

que decidem não continuar cursando, seja por falta de condições<br />

mínimas necessárias da instituição ou por motivos de ordem<br />

pessoal, como não adaptar-se ao contexto universitário. E, esta<br />

inadaptação pode ser pela dificuldade de integração plena, o que<br />

denominamos neste artigo de condição de permanência simbólica.<br />

Baseada na constatação deste índice de evasão, a mais<br />

importante reivindicação levantada neste debate é a necessidade<br />

de uma bolsa permanência para os cotistas, instrumento existente<br />

em outras instituições e que na UFSM não é operacionalizada,<br />

pois o entendimento da PRAE é que não pode haver<br />

discriminação (neste caso positiva) de nenhum segmento dos<br />

estudantes na distribuição dos recursos da assistência estudantil.<br />

Oculta atrás do discurso da universalidade, a PRAE não<br />

consegue perceber que a adoção de política de ações afirmativas<br />

implica em tratar desigualmente os desiguais para que alcancem<br />

efetivamente a igualdade. Neste caso, o critério utilizado para<br />

o acesso, ao destinar uma parcela <strong>das</strong> vagas para ingressantes<br />

com condições desfavoráveis ao ingresso na Universidade,<br />

não é então considerado, quando não se institui mecanismos<br />

capazes de viabilizar a permanência na instituição daqueles que<br />

apresentam dificuldades de diversas ordens. A desigualdade não<br />

se anula com o ingresso destas categorias na Universidade, ela<br />

continua agindo no sentido de inferiorizar o cotista diante dos<br />

demais estudantes em seu esforço de vencer as barreiras que a<br />

vida universitária lhes impõe.<br />

16 Os índices de transferência para outra IES ou a mudança de curso internamente<br />

têm sido insignificantes em todos os segmentos de cotistas, situações que não são<br />

considera<strong>das</strong> evasão, pois o estudante permanece inserido no sistema público de<br />

ensino superior.

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