o impacto das cotas nas
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O impactO <strong>das</strong> cOtas <strong>nas</strong> universidades brasileiras (2004-2012) • 175<br />
socioeconômico, ape<strong>nas</strong> na documentação entregue ao Departamento<br />
de Registro Acadêmico, o que implicaria em uma onerosa pesquisa nos<br />
documentos arquivados. Tal pesquisa deveria ser realizada, mas até hoje<br />
não foi possível devido à inexistência de estrutura institucional para tal. 11<br />
Os demais relatórios sobre ingresso, desempenho e evasão<br />
de cotisitas podem ser obtidos do banco de dados, mas tratase<br />
de um processo ainda inicial de ação compartilhada entre<br />
a Comissão de Implantação e Acompanhamento <strong>das</strong> Ações<br />
Afirmativas de Inclusão Social e Racial, o observatório AFIRME<br />
e o Centro de Processamento de Dados.<br />
A própria Comissão de Implantação e Acompanhamento <strong>das</strong><br />
Ações Afirmativas de Inclusão Social e Racial teve problemas de<br />
continuidade, sendo reformulada em 2010-2011, enfrentando a vacância<br />
do cargo de presidente durante dois anos, o que a imobilizou no sentido<br />
de proposição de ações que constituíssem um real acompanhamento<br />
dos cotistas na instituição (neste período de 2008 a 2010, as questões do<br />
acesso foram privilegia<strong>das</strong>, devido à necessidade de aperfeiçoamento do<br />
sistema). O papel de cobrar formas de atender às deman<strong>das</strong> dos diferentes<br />
segmentos de cotistas em relação à permanência e ao acompanhamento<br />
passa a ser de suas entidades representativas, as quais iniciam em 2011<br />
um processo de organização e pressão institucional.<br />
No caso dos indíge<strong>nas</strong>, o apoio de ONGs 12 que atuam<br />
junto a este segmento leva a Universidade a instalar, em 2011,<br />
11 Neste sentido, contribuiu a inatividade do AFIRME durante um período significativo,<br />
pois este observatório, criado pela resolução 011/2007 que instituiu o sistema de <strong>cotas</strong>,<br />
foi desestruturado em 2009 e ficou até 2011 praticamente sem ação. Mesmo com<br />
sua reconstituição, a falta de pessoal alocado (conta ape<strong>nas</strong> com uma coordenadora,<br />
um professor associado, um servidor técnico-administrativo e um bolsista com ação<br />
mais efetiva), implica na impossibilidade de realizar um monitoramento efetivo com<br />
análises consistentes de dados. Talvez, a ação do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros em<br />
patrocinar pesquisas de maior fôlego pudesse preencher esta lacuna, hoje existente.<br />
12 Destaca-se, neste sentido, o GAPIN (Grupo de Apoio aos Povos Indíge<strong>nas</strong>), entidade<br />
que liderou o processo de pressão sobre a Pró-reitoria de Graduação para que se<br />
instalasse a comissão indígena, a qual mantendo um contato intenso com o<br />
movimento indígena e realizando interlocução com as aldeias, conseguiu avançar<br />
no processo de acompanhamento e permanência dos estudantes indíge<strong>nas</strong>, além de<br />
aumentar significativamente o acesso desta etnia à Universidade.