13.04.2013 Views

O Nordeste e as Lavouras Xerófilas.pmd - Ainfo

O Nordeste e as Lavouras Xerófilas.pmd - Ainfo

O Nordeste e as Lavouras Xerófilas.pmd - Ainfo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“Os dados acima, registrados através da análise procedida em São Paulo,<br />

são b<strong>as</strong>tante elucidativos da semelhança constatada entre o farelo do caule<br />

da faveleira e o da c<strong>as</strong>ca do caroço de algodão, notando-se, porém, que<br />

este último é mais rico em substânci<strong>as</strong> minerais, circunstância prevista de vez<br />

que provém de uma semente, parte vegetal incontestavelmente mais rica,<br />

principalmente em fósforo.<br />

“Entretanto, é muito significativo que o farelo da faveleira se apresente<br />

superior quanto a dois índices de grande importância, isto é, maior quantidade<br />

de extrativos não azotados e menor quantidade de matéria fibrosa.<br />

“Devidamente consultado sobre o <strong>as</strong>sunto em foco, o Dr. Plínio Brotero<br />

Junqueira, técnico em forrageamento, prestou-nos os esclarecimentos que se<br />

seguem:<br />

“A c<strong>as</strong>ca do caroço de algodão é extensivamente usada nos Estados<br />

Unidos como alimento para o gado, n<strong>as</strong> zon<strong>as</strong> afligid<strong>as</strong> pela seca. Nos Estados<br />

Unidos, a mistura de 20% de farelo de torta de caroço de algodão e 80%<br />

de c<strong>as</strong>ca de caroço de algodão, é muito usado para alimentação e mesmo<br />

engorda do gado, em regiões onde existe abundância dess<strong>as</strong> matéri<strong>as</strong>. Similarmente,<br />

aconselharíamos a mistura de farelo de caroço de algodão com o<br />

farelo de favela, também n<strong>as</strong> proporções de 20 e 80%, como alimento muito<br />

bom para o gado no <strong>Nordeste</strong>, n<strong>as</strong> regiões afetad<strong>as</strong> pela seca.<br />

“Valendo-nos do trabalho denominado “Flora da Bahia”, de A.Ignácio<br />

de Menezes, este descreve a planta da seguinte maneira: “A favela ou faveleira,<br />

(Cnidosculus Phyllacanthus, Martius) é uma Euforbiácea, arbórea d<strong>as</strong><br />

caating<strong>as</strong>.<br />

“Tem folh<strong>as</strong> long<strong>as</strong>, de bordos irregulares; flores alv<strong>as</strong>, em pequenos cachos<br />

axilares e terminais; fruto cápsulo edule. Seu látex urente exacerbando a<br />

dor provocada pelos abundantes espinhos, d<strong>as</strong> folh<strong>as</strong> e dos ramos, é combustível,<br />

alimenta <strong>as</strong> candei<strong>as</strong> e é balsâmico; é conhecido como “Bálsamo do<br />

Vaqueiro”; o gado come <strong>as</strong> folh<strong>as</strong> e o cortex; os porcos, <strong>as</strong> raízes e os galinaceos<br />

<strong>as</strong> sementes.<br />

“Como sabemos, a favela ou faveleira é planta nativa da “caatinga” do<br />

sertão, e eis aqui esta comunicação aos fazendeiros dessa região, sobre essa<br />

294

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!