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Ciclo dos Fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras

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Alberto Venancio Filho<br />

sobre o autor <strong>de</strong> Os sertões,eo<strong>de</strong>Afonso Pena Júnior sobre o autor <strong>de</strong> Aesfinge,<br />

ambos sem qualquer referência ao fun<strong>da</strong>dor.<br />

Coube ao meu mestre e nosso sau<strong>dos</strong>o confra<strong>de</strong> Hermes Lima, suce<strong>de</strong>ndo a<br />

Afonso Pena Júnior, traçar na síntese primorosa do seu estilo o retrato <strong>de</strong> nosso<br />

homenageado <strong>de</strong> hoje:<br />

O fun<strong>da</strong>dor Valentim Magalhães, morto na casa <strong>dos</strong> quarenta anos, foi<br />

tão vário e dispersivo que sua existência lembra uma torrente sem caminho.<br />

Prógono <strong>da</strong> “Idéia Nova” que na época vagamente sintetizava o movimento<br />

renovador <strong>da</strong> cultura, <strong>da</strong>s letras e <strong>da</strong>s artes, dotado <strong>de</strong> talento e ar<strong>de</strong>ndo<br />

na ânsia <strong>de</strong> viver, gozou <strong>de</strong> notorie<strong>da</strong><strong>de</strong> e prestígio, produziu muito, porém<br />

improvisou <strong>de</strong>mais. Ao sabor <strong>de</strong> solicitações contraditórias, cedo por elas é<br />

<strong>de</strong>vorado como se não lhe tivesse sobrado tempo para colocar na faixa <strong>de</strong><br />

seu <strong>de</strong>stino a quota pessoal <strong>de</strong> realismo e disciplina que seu nome e sua vocação<br />

<strong>de</strong> escritor estavam a exigir.<br />

O sucessor Pontes <strong>de</strong> Miran<strong>da</strong> limitou-se à reduzi<strong>da</strong> síntese biográfica, e a<br />

nossa colega Dinah Silveira <strong>de</strong> Queiroz vinculou a figura do patrono Castro<br />

Alves ao fun<strong>da</strong>dor:<br />

É ele, é Castro Alves, aquele jovem tão belo com sua larga testa, seus<br />

olhos fun<strong>dos</strong>, seus cabelos fortes como se tivessem movimento, vivos na<br />

dispara<strong>da</strong> <strong>de</strong> seus poemas, <strong>de</strong> sua “Vozes d’África”, que estaria agora influindo<br />

com sua profun<strong>da</strong> vocação to<strong>dos</strong> os que se abrigaram à ca<strong>de</strong>ira<br />

número sete <strong>de</strong>sta <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> como patrono. E por um <strong>de</strong>sses prodígios <strong>da</strong><br />

bênção <strong>de</strong> padrinho imprimiria a nós, seus pupilos, uma direção. Eis aqui<br />

Valentim Magalhães, um <strong>dos</strong> fun<strong>da</strong>dores <strong>da</strong> <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> que, em 1879, recita:<br />

“Ó luz, Ó liber<strong>da</strong><strong>de</strong>! Não estás longe, não! Vens perto <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Pois que o trabalhador começa a meditar!” O espírito revolucionário que<br />

po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>fluir também do sentido <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> Castro Alves, acrescenta<br />

Valentim certa maneira satírica para estu<strong>da</strong>r os escritores que lhe foram<br />

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