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Ciclo dos Fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras

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Alberto Venancio Filho<br />

Tinha um ano <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> apenas quando se viu órfão <strong>de</strong> mãe, mas não lhe faltaram<br />

os cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> do pai, por ele criado e educado; e com seus tios Dr. João<br />

Alves Meira e D. Maria Quitéria Alves Meira apren<strong>de</strong>u as primeiras letras.<br />

Depois <strong>de</strong> cursar por algum tempo as aulas do Colégio Fábio Reis, fez os<br />

seus estu<strong>dos</strong> preparatórios no antigo internato <strong>de</strong> São Francisco <strong>de</strong> Paula, sito<br />

no Largo do Rocio (atual Praça Tira<strong>de</strong>ntes), no mesmo edifício on<strong>de</strong> funcionou<br />

mais tar<strong>de</strong> o Clube Naval.<br />

No livro Alma há uma página evocativa <strong>da</strong> figura bon<strong>dos</strong>a do Cônego Belmonte,<br />

velho diretor do Colégio, recor<strong>da</strong>ndo com sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s aqueles primeiros<br />

tempos. Os jornais tinham noticiado o falecimento do mestre, e isto <strong>de</strong>spertou<br />

na alma do antigo discípulo uma recor<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> infância.<br />

Valentim Magalhães manifestou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo pendor para as letras e já aos<br />

treze anos colaborava em alguns jornais <strong>de</strong> província.<br />

Em 1876, com <strong>de</strong>zessete anos, seguiu para São Paulo e no ano seguinte<br />

matricula-se na Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito. Rui Barbosa, chegando a São Paulo<br />

para concluir o curso <strong>de</strong> Direito, escreveu a um parente na Bahia: “Estou engolfado<br />

na vi<strong>da</strong> acadêmica.” A vi<strong>da</strong> acadêmica não era a freqüência às aulas e<br />

o estudo <strong>dos</strong> manuais, mas sobretudo a participação nos clubes literários,<br />

nos jornais estu<strong>da</strong>ntis, nos grêmios abolicionistas e republicanos, nas lojas<br />

maçônicas. Foi essa vi<strong>da</strong> acadêmica que Valentim Magalhães encontrou ao<br />

fixar-se em São Paulo.<br />

Logo no primeiro ano foi eleito re<strong>da</strong>tor do Labarum, com Eduardo Prado,<br />

e colaborou na República, órgão do Club Republicano Acadêmico, a que se<br />

havia filiado. Nessa última folha, dirigido então por Lúcio <strong>de</strong> Mendonça e<br />

Manhães <strong>de</strong> Campos, publicou Valentim os seus primeiros folhetins chistosos<br />

e críticos.<br />

Nesse mesmo ano, além <strong>de</strong> um poemeto elegíaco sobre o general Osório,<br />

publicou ele, em colaboração com Silva Jardim, um livro em prosa e verso, Idéias<br />

<strong>de</strong> moço, rematando com um conto fantástico “O grito na treva”, escrito a<br />

duas penas, no gosto byroniano, à maneira <strong>da</strong> Noite na taverna <strong>de</strong> Álvares <strong>de</strong><br />

Azevedo.<br />

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