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Ciclo dos Fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras

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Alberto Venancio Filho<br />

Esta literatura associa<strong>da</strong> que, em geral, a exemplo <strong>dos</strong> Goncourts, exige a<br />

base <strong>da</strong> consangüini<strong>da</strong><strong>de</strong>, ele a praticou como nenhum outro, reunindo um irmão<br />

legítimo, Henrique Magalhães (com quem escreveu uma paródia à Morte<br />

<strong>de</strong> D. João), a Silva Jardim, a Filinto <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> e Alfredo Souza, nos laços <strong>da</strong><br />

mesma fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não se conhece um livro sem uma <strong>de</strong>dicatória. São raríssimos<br />

os seus escritos dispersos, cujos títulos não tenham logo abaixo um parêntesis<br />

guar<strong>da</strong>ndo o nome <strong>de</strong> um amigo. A admiração, que é o sintoma mais<br />

lisonjeiro <strong>de</strong> um caráter, rompia-lhe sempre num enorme exagero. Admirou<br />

<strong>da</strong>quele jeito Guerra Junqueira; admirou Camilo Castelo Branco, “polígrafo<br />

in<strong>de</strong>feso, formidável, único”; admirou Ramalho Ortigão, “um mestre, senhor<br />

<strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s do mundo mo<strong>de</strong>rno...”; admirou Machado <strong>de</strong> Assis,<br />

esse que arranca aos rígi<strong>dos</strong> vocábulos<br />

a música rebel<strong>de</strong> e fugidia...<br />

admirou os seus próprios companheiros. Sendo preeminente na “nova geração”,<br />

não <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhou fazer-se o garboso mestre sala, para apresentá-la ao país.<br />

E o país conheceu-a, em gran<strong>de</strong> parte, através <strong>da</strong> sua palavra carinhosa. Não<br />

preciso exemplificar. No círculo <strong>da</strong>quela afabili<strong>da</strong><strong>de</strong> irradiante e avassaladora<br />

caíram os que chegavam pouco <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Coelho Neto, Me<strong>de</strong>iros e Albuquerque<br />

e Olavo Bilac até aos mais obscuros escrevedores <strong>da</strong> província. A alguns<br />

cantou em verso, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Carvalho Júnior, <strong>de</strong>saparecido tão moço e a quem<br />

conhecemos apenas como um meinsinger loiro, alegre e extravagante, até alguém<br />

que não preciso nomear, tão conhecido nosso é o<br />

... que esculpido<br />

Tem, sonhos, dores, alegrias<br />

E é príncipe do Reino Unido<br />

Das Harmonias.”<br />

200

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