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Ciclo dos Fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras

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Silva Ramos: mestre <strong>da</strong> língua<br />

Nas homenagens que justamente lhe foram tributa<strong>da</strong>s in memoriam, noseu<br />

falecimento, ocorrido em 1930 e no transcurso do 1 o centenário <strong>de</strong> nascimento,<br />

em 1953, os pontos <strong>de</strong> exaltação incidiram na sua produção <strong>de</strong> poeta, jornalista<br />

e tradutor, embora não lhe fossem esqueci<strong>dos</strong> os méritos <strong>de</strong> excelente<br />

filólogo e exímio professor <strong>de</strong> Língua Portuguesa.<br />

Sobre Silva Ramos recaíam os votos <strong>da</strong> crítica <strong>de</strong> então elogiando o <strong>de</strong>licado<br />

poeta romântico com ressalto <strong>de</strong> sua veia lírica, <strong>de</strong>nuncia<strong>da</strong> na epígrafe <strong>de</strong><br />

Alfredo <strong>de</strong> Musset “L’amour est tout... Aimer est le grand point...” com que<br />

abria seu único livro <strong>de</strong> versos, A<strong>de</strong>jos, publicado em Coimbra, em 1871, registrando-lhe<br />

os arroubos juvenis <strong>dos</strong> <strong>de</strong>zesseis aos <strong>de</strong>zoito anos. Ressaltava-se-lhe<br />

também o cronista encoberto no pseudônimo Julio Valmor <strong>de</strong> ASemana<br />

e outros órgãos <strong>da</strong> imprensa fluminense e, com não menos ênfase, o professor<br />

<strong>de</strong> nomea<strong>da</strong>, estimulador <strong>de</strong> estilistas e incentivador <strong>de</strong> futuros cultores<br />

do idioma.<br />

Os dotes <strong>de</strong> sua poesia, é bem ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, foram exagera<strong>da</strong>mente exalta<strong>dos</strong><br />

pelo paulista que lhe suce<strong>de</strong>u nesta Casa, o inspirado autor <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> e Morte do<br />

Ban<strong>de</strong>irante, Alcântara Machado. Outro ocupante <strong>da</strong> mesma ca<strong>de</strong>ira n.º 37, sessenta<br />

e sete anos <strong>de</strong>pois, com o peso <strong>de</strong> sua autori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> excelente poeta, melhor<br />

os ajuizou. Eis as palavras do nosso confra<strong>de</strong> Ivan Junqueira no seu discurso<br />

<strong>de</strong> posse, acerca <strong>de</strong> A<strong>de</strong>jos:<br />

[...] esses versos <strong>de</strong> Silva Ramos, além <strong>de</strong> irremediavelmente <strong>da</strong>ta<strong>dos</strong>, refletem<br />

antes, ou tão-somente, os arroubos <strong>de</strong> um espírito ain<strong>da</strong> em ebulição<br />

e as fun<strong>da</strong>s influências que recebeu em Coimbra, as quais seriam <strong>de</strong>cisivas<br />

para a sua sóli<strong>da</strong> formação <strong>de</strong> gramático e filólogo. 3<br />

To<strong>dos</strong> os discípulos que tiveram a honra <strong>de</strong> lhe assistir às aulas são unânimes<br />

em aludir ao amor ao idioma que inoculava em seus ouvintes, à interpreta-<br />

3<br />

Discurso <strong>de</strong> Posse <strong>de</strong> Ivan Junqueira e Discurso <strong>de</strong> Recepção <strong>de</strong> Eduardo Portella. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

<strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>, 2000, p. 11.<br />

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