Ciclo dos Fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras
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Alberto Venancio Filho<br />
publicando-o e pagando-o ao seu autor, <strong>de</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a tabela <strong>da</strong><br />
folha. A primeira <strong>da</strong>s condições para a aceitação <strong>de</strong>sses trabalhos será a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> seus autores.<br />
Sobre o an<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> ASemana escrevia Valentim a Lúcio <strong>de</strong> Mendonça<br />
em junho <strong>de</strong> 1885: “Estamos precisadíssimos <strong>de</strong> dinheiro. A coisa vai bem,<br />
mas <strong>de</strong> fora <strong>da</strong>s províncias, on<strong>de</strong> contamos gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> assinantes, superior<br />
aos <strong>da</strong> Corte, pouco dinheiro tem vindo. E isto é o diabo atualmente em<br />
que nos metemos em gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>spesas: tipografia, casa na Rua do Ouvidor,<br />
etc. Tem paciência meu velho, e arranja-me esse par <strong>de</strong> botas ... pecuniárias.”<br />
Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1897 comentava o fracasso em carta ao mesmo <strong>de</strong>stinatário:<br />
“Obrigado pelos teus pêsames pela <strong>de</strong>gringola<strong>de</strong> <strong>da</strong> ASemana. Apesar <strong>dos</strong><br />
pesares, ain<strong>da</strong> me julguei feliz ven<strong>de</strong>ndo tudo por uma tuta e meia, assumindo<br />
a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s dívi<strong>da</strong>s passivas, que são muitas, e per<strong>de</strong>ndo todo o dinheiro<br />
que ali enterrei, porque mesmo assim, não me estourou a folha nas<br />
mãos, passei-a adiante, <strong>de</strong>sobriguei-me com os assinantes e não fiz inteiro fiasco.<br />
Ao contrário, parece-me que consegui sair-me bem <strong>de</strong> tão terrível aperto.<br />
Agra<strong>de</strong>ço-te cordialmente, meu bom e bravo Lúcio, o muito que pela minha<br />
pobre Semana fizeste. Rei morto, rei posto. Vou meter-me noutra!”<br />
Des<strong>de</strong> o primeiro número havia uma seção História <strong>dos</strong> sete dias, comentando<br />
os fatos <strong>da</strong> semana, inicialmente sempre assina<strong>da</strong> por Valentim Magalhães<br />
e em números subseqüentes com outras assinaturas, que parecem ser pseudônimos<br />
do diretor, como Valmor N.N., José Reis Filho.<br />
A revista teve vários en<strong>de</strong>reços: a Travessa do Ouvidor, 36, sobrado; Rua<br />
do Ourives, 51; e afinal Rua <strong>da</strong> Quitan<strong>da</strong>, 34, bem próximo do escritório <strong>de</strong><br />
Rodrigo Octavio nos altos <strong>da</strong> Farmácia Araújo Pena, on<strong>de</strong> se realizaram as<br />
primeiras sessões <strong>da</strong> <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>.<br />
Valentim Magalhães era o re<strong>da</strong>tor chefe e seus re<strong>da</strong>tores, to<strong>dos</strong> futuros<br />
acadêmicos: Filinto <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>, Aluísio Azevedo, Luís Murat e Urbano Du-<br />
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