Ciclo dos Fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras
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O fun<strong>da</strong>dor Valentim Magalhães<br />
Os poetas mais festeja<strong>dos</strong> na <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> naquele tempo eram Teófilo Dias,<br />
Afonso Celso, Assis Brasil e Valentim Magalhães; mas em 1879 a nomea<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong>ste último superara o estreito círculo acadêmico com a publicação <strong>dos</strong> Cantos<br />
e lutas, livro <strong>de</strong> poesias que a imprensa acolheu com aplausos. E <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então,<br />
integrando o jornalismo, começou a escrever nos jornais <strong>de</strong> maior importância<br />
e maior circulação <strong>de</strong> São Paulo e <strong>da</strong> capital: a Província <strong>de</strong> S. Paulo,oCorreio Paulistano,<br />
a Gazeta <strong>de</strong> Notícias, a Gazeta <strong>da</strong> Tar<strong>de</strong>, o Globo.<br />
Em 1880 colabora com a Evolução, folha republicana e fe<strong>de</strong>ralista, dirigi<strong>da</strong><br />
por Júlio <strong>de</strong> Castilhos e Assis Brasil, com cooperação <strong>de</strong> Pereira <strong>da</strong> Costa,<br />
Alci<strong>de</strong>s Lima, Antônio Mercado, Teófilo Dias, Homero Batista, Pedro Lessa<br />
e outros estu<strong>da</strong>ntes. Tendo ido a São Paulo em março apenas para se matricular<br />
no quarto ano, permaneceu to<strong>da</strong> a época letiva fora <strong>da</strong>quela ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Publicou<br />
então vários contos e poesias e escreveu folhetins na Gazeta <strong>de</strong> Notícias, e esta<br />
lhe editou o poemeto “Colombo e Nenê” para distribuição como prêmio aos<br />
assinantes; freqüentou as ro<strong>da</strong>s literárias <strong>da</strong> capital, on<strong>de</strong> o espírito e o talento<br />
lhe fizeram adquirir inúmeros amigos e admiradores; e, gozando <strong>da</strong>s larguezas<br />
proporciona<strong>da</strong>s pela recente lei do “ensino livre”, só voltou a São Paulo em<br />
novembro, para prestar os exames, nos quais foi plenamente aprovado, apesar<br />
<strong>de</strong> não haver assistido às respectivas aulas.<br />
Em 1881, Valentim Magalhães fundou em São Paulo a Comédia, <strong>de</strong> que foi<br />
re<strong>da</strong>tor, primeiro com Silva Jardim, e <strong>de</strong>pois com Eduardo Prado. A Comédia<br />
era <strong>de</strong> publicação diária e durou pouco menos <strong>de</strong> três meses, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> março a<br />
23 <strong>de</strong> maio.<br />
A turma que se formou em 1881 contou figuras expressivas: Francisco <strong>de</strong><br />
Paula Paiva Baracho, juiz em São Paulo; Aristi<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Araújo Maia, <strong>de</strong>putado<br />
à Constituinte Republicana; Job Marcon<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong>, advogado, Manoel<br />
José Villaça e Arlindo Ernesto Ferreira Guerra, magistra<strong>dos</strong> <strong>de</strong> alto conceito;<br />
Estevam Leão Bourroul, justamente cognominado o Veuillot Brasileiro;Júlio<br />
Prates <strong>de</strong> Castilhos, o político rio-gran<strong>de</strong>nse; Raphael Corrêa <strong>da</strong> Silva<br />
Sobrinho e João Braz <strong>de</strong> Oliveira Arru<strong>da</strong>, lentes <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>; João Passos,<br />
que, por muitos anos, exerceu com brilho as funções <strong>de</strong> procurador-geral do<br />
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