04.08.2013 Views

Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2004

Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2004

Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2004

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Plano</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Polític<strong>as</strong></strong> <strong>para</strong> <strong>as</strong> <strong>Mulheres</strong><br />

O acesso à <strong>as</strong>sistência pré-natal é um problema significativo <strong>para</strong> a população rural, principalmente n<strong>as</strong><br />

regiões Norte e Nor<strong>de</strong>ste. Segundo a Pesquisa <strong>Nacional</strong> sobre Demografia e Saú<strong>de</strong> (PNDS, 1996),<br />

aproximadamente 13% d<strong>as</strong> mulheres que tiveram filhos, nos cinco anos que antece<strong>de</strong>ram a pesquisa, não<br />

haviam realizado nenhuma consulta <strong>de</strong> pré-natal, sendo gran<strong>de</strong> a concentração d<strong>as</strong> mulheres resi<strong>de</strong>ntes no<br />

meio rural neste grupo.<br />

Registra-se, no entanto, segundo o Sistema <strong>de</strong> Informação Ambulatorial do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, uma<br />

tendência <strong>de</strong> aumento do número <strong>de</strong> consult<strong>as</strong> <strong>de</strong> pré-natal. Em 1995, foi informada 1,2 consulta <strong>de</strong> prénatal<br />

<strong>para</strong> cada parto realizado no SUS, enquanto em 2003, esta proporção já era <strong>de</strong> 5,1 consult<strong>as</strong> <strong>de</strong> prénatal<br />

<strong>para</strong> cada parto. Apesar do aumento do número <strong>de</strong> consult<strong>as</strong> <strong>de</strong> pré-natal, a qualida<strong>de</strong> da <strong>as</strong>sistência<br />

é precária, o que po<strong>de</strong> ser atestado pelo fato <strong>de</strong> a hipertensão arterial ser a causa mais freqüente <strong>de</strong> morte<br />

materna no Br<strong>as</strong>il; porque apen<strong>as</strong> 45,3% d<strong>as</strong> gestantes receberam a segunda dose ou a dose <strong>de</strong> reforço ou<br />

a dose imunizante da vacina antitetânica (PNDS, 1996), e pela alta incidência <strong>de</strong> sífilis congênita, estimada<br />

em 12 c<strong>as</strong>os por 1000 n<strong>as</strong>cidos vivos, no SUS (PN-DST/Aids, 2002).<br />

Com relação à atenção ao parto, 91,5% são realizados em ambiente hospitalar, m<strong>as</strong> em muit<strong>as</strong> regiões do<br />

país, especialmente n<strong>as</strong> zon<strong>as</strong> rurais, a única opção que existe <strong>para</strong> a mulher é o parto domiciliar <strong>as</strong>sistido<br />

por parteir<strong>as</strong> tradicionais. Embora o parto domiciliar seja, em alguns c<strong>as</strong>os, uma opção da mulher, a parteira<br />

tradicional, em geral, atua sem o apoio dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Em conseqüência <strong>de</strong>sse isolamento, a<br />

maioria dos partos domiciliares ocorre em condições precári<strong>as</strong> e não são notificados aos sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> informação<br />

em saú<strong>de</strong>. Tampouco se tem um registro preciso do número <strong>de</strong> parteir<strong>as</strong> atuantes no país.<br />

Ainda como indicador da falta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da atenção ao parto no Br<strong>as</strong>il, <strong>de</strong>staca-se a taxa <strong>de</strong> cesariana<br />

que é <strong>de</strong> 39%, uma d<strong>as</strong> mais alt<strong>as</strong> do mundo. Os dados também evi<strong>de</strong>nciam que a atenção no puerpério<br />

não está consolidada nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pois apen<strong>as</strong> 28% d<strong>as</strong> puérper<strong>as</strong> realizaram consulta <strong>de</strong>sta<br />

natureza.<br />

O aborto é a quarta causa <strong>de</strong> morte materna no Br<strong>as</strong>il. Quando realizado em condições <strong>de</strong> risco,<br />

freqüentemente é acompanhado <strong>de</strong> complicações sever<strong>as</strong>. As complicações imediat<strong>as</strong> mais freqüentes<br />

são a perfuração do útero, a hemorragia e a infecção, que po<strong>de</strong>m levar a graus distintos <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e<br />

mortalida<strong>de</strong> (Langer, 2001) 25 . Em pesquisa realizada no Br<strong>as</strong>il, Hardy e Costa 26 estimaram que 20% dos<br />

abortos clan<strong>de</strong>stinos realizados por profissional médico, em clínic<strong>as</strong>, e 50% dos abortos domiciliares, realizados<br />

pela própria mulher ou por curios<strong>as</strong>, apresentam complicações.<br />

No SUS, realizam-se anualmente cerca <strong>de</strong> 240.000 curetagens pós-aborto. Na última década observou-se<br />

uma tendência <strong>de</strong> estabilização, conseqüência possível do aumento do número <strong>de</strong> mulheres usando métodos<br />

anticoncepcionais e da elevada prevalência <strong>de</strong> laqueadura tubária, especialmente nos estados do Nor<strong>de</strong>ste<br />

e Centro-Oeste.<br />

59

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!