04.08.2013 Views

Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2004

Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2004

Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2004

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Secretaria Especial <strong>de</strong> <strong>Polític<strong>as</strong></strong> <strong>para</strong> <strong>as</strong> <strong>Mulheres</strong> - Presidência da República<br />

Em pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, com pergunta estimulada 43% d<strong>as</strong> mulheres admitem<br />

terem sofrido alguma forma <strong>de</strong> violência, contr<strong>as</strong>tando com a resposta espontânea quando apen<strong>as</strong> 19%<br />

admitem terem sido submetid<strong>as</strong> a alguma forma <strong>de</strong> violência.<br />

Esta pesquisa mostra que cerca <strong>de</strong> uma, em cada cinco mulheres br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong>, sofreu algum tipo <strong>de</strong> violência<br />

por parte <strong>de</strong> algum homem. “A projeção da taxa <strong>de</strong> espancamento (11%) <strong>para</strong> o universo investigado (61,5<br />

milhões) indica que pelo menos 6,8 milhões, <strong>de</strong>ntre <strong>as</strong> br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong> viv<strong>as</strong>, já foram espancad<strong>as</strong> ao menos<br />

uma vez”. Projeta-se no mínimo 2,1 milhões <strong>de</strong> mulheres espancad<strong>as</strong> por ano, ou seja, uma em cada 15<br />

segundos” 30 .<br />

O relatório nacional da Pesquisa sobre Tráfico <strong>de</strong> <strong>Mulheres</strong>, Crianç<strong>as</strong> e Adolescentes <strong>para</strong> Fins <strong>de</strong> Exploração<br />

Sexual Comercial no Br<strong>as</strong>il, coor<strong>de</strong>nada pelo CECRIA (2002) 31 , comprova que no tráfico <strong>para</strong> fins sexuais<br />

predominam <strong>as</strong> mulheres e adolescentes afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, com ida<strong>de</strong> entre 15 e 25 anos. A pesquisa<br />

mostra que d<strong>as</strong> 131 rot<strong>as</strong> internacionais, 102 lidam com tráfico <strong>de</strong> mulheres, 60 são utilizad<strong>as</strong> <strong>para</strong> transportar<br />

“somente mulheres” e d<strong>as</strong> 78 rot<strong>as</strong> interestaduais, 62 envolvem adolescentes. As mulheres adult<strong>as</strong> são<br />

preferencialmente traficad<strong>as</strong> <strong>para</strong> outros países.<br />

Outro fato grave é o abuso sexual <strong>de</strong> jovens. A partir da pesquisa Juventu<strong>de</strong> e Sexualida<strong>de</strong> (UNESCO,<br />

<strong>2004</strong>) 32 , estima-se que uma em cada três ou quatro menin<strong>as</strong> jovens é abusada sexualmente antes <strong>de</strong><br />

completar 18 anos. O Ministério da Justiça registra anualmente cerca <strong>de</strong> 50.000 c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> violência sexual<br />

contra crianç<strong>as</strong> e adolescentes.<br />

Segundo a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS, 2002) 33 , um estudo realizado na África do Sul, Austrália,<br />

Canadá, Estados Unidos e Israel atesta que entre <strong>as</strong> mulheres vítim<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>as</strong>s<strong>as</strong>sinato, cerca <strong>de</strong> 40 a 70%<br />

foram mort<strong>as</strong> por seus maridos e namorados, normalmente no contexto <strong>de</strong> um relacionamento <strong>de</strong> abusos<br />

constantes. No Br<strong>as</strong>il, o movimento <strong>de</strong> mulheres <strong>de</strong> Pernambuco <strong>de</strong>nunciou o elevado número <strong>de</strong><br />

<strong>as</strong>s<strong>as</strong>sinatos <strong>de</strong> mulheres no Estado: foram 369 vítim<strong>as</strong> em 2002 e 300 em 200334 . No Ceará, segundo a<br />

Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública e Defesa Social, foram 110 mulheres vítim<strong>as</strong> <strong>de</strong> homicídio em 2002.<br />

Para a OMS “além dos custos humanos, a violência representa uma imensa carga econômica <strong>para</strong> <strong>as</strong><br />

socieda<strong>de</strong>s em termos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> perdida e aumento no uso dos serviços sociais” (OMS, 2002).<br />

Consta no relatório que 13% d<strong>as</strong> mulheres pesquisad<strong>as</strong> em Nagpur (Índia) <strong>de</strong>ixam um trabalho remunerado<br />

por causa do abuso e faltam em média <strong>de</strong> sete di<strong>as</strong> úteis por inci<strong>de</strong>nte. E 11% d<strong>as</strong> mulheres agredid<strong>as</strong> não<br />

conseguiam realizar taref<strong>as</strong> doméstic<strong>as</strong> por causa <strong>de</strong> um episódio <strong>de</strong> violência. Embora a violência <strong>de</strong><br />

gênero não afete constantemente a probabilida<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> uma mulher conseguir um emprego, parece ter<br />

influencia no salário e na sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter o emprego.<br />

Estudos <strong>de</strong>monstram que <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> em situação <strong>de</strong> violência são atingid<strong>as</strong> por dificulda<strong>de</strong>s, obstáculos<br />

que caracterizam uma rota <strong>de</strong> id<strong>as</strong> e vind<strong>as</strong>, caminhos circulares repetidos sem encontrar soluções e,<br />

70

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!