Síxpavoi
Síxpavoi
Síxpavoi
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Aíxpocvoi: DA DUPLA VISÃO AO DISCERNIMENTO 309<br />
lógico e mítico para um pensar lógico e racional . As teses do<br />
eleatismo logicista ou de um fisicalismo ainda cosmológicò 4 continuam<br />
em modernas interpretações a ser uma glosa do que poderíamos<br />
chamar o aristotelismo pré-socrático . Porém, mais atentos ao<br />
carácter irredutível de Parménides à escola 5 logicista eleática e, por<br />
outro lado, às preocupações pelo dito conhecimento dos princípios<br />
físicos da natureza, alguns intérpretes mais recentes retomaram a<br />
antiga orientação de Diógenes Laércio e dos doxógrafos que distinguiam<br />
os primeiros filósofos em Jónicos e Itálicos, desde logo<br />
considerando Parménides um dos Itálicos . Não foram apenas<br />
razões geográficas superficiais que conduziram 6 os pensadores alexandrinos<br />
a referenciar o pai da escola eleática ao pitagorismó itálico,<br />
pois, de facto, há notícia de ter sido Parménides discípulo de um<br />
pitagórico .<br />
7<br />
4<br />
HEGEL (Vorlesungen iiber die Geschichte der Philosophic, ed. Michelet, Berlin, 1840-43;<br />
ed. Hoffmeister, Leipzig, F. Meiner, 1940-44); RITTER (Geschichte der Philosophie, I: (1829),<br />
trad, franc. Paris, Libr. de Ladrange, 1835); UEBERWEG (Grundriss der Geschichte der Philosophie,<br />
I, (1862): Die Philosophie des Altertums, ed. K. Praecliter, Basel /Stuttgart, Schwabe & Co.,<br />
(1926), 1967); ZELLER (Die Philosophie der Griechen, in ihrer geschichtlichen Entwicklung,<br />
Leipzig, G. R. Reisland, 1892; trad. ital. R. MONDOLFO, Firenze, Nuova Italia, 1967);<br />
GOMPERZ, G. MILHAUD e outros, todos situam Parménides no âmbito da escola eleática<br />
iniciada segundo estes autores por Xenófanes de Colofónia e caracterizada pelo problema<br />
lógico ou por uma ontologia formal contrastante coin a questão cosmológica e cosmogónica<br />
dos pensadores jónios e milesiános. Nota-se ainda a persistência da influência doxográfica<br />
no entendimento histórico dos pré-socráticos e, sobretudo, de Diógenes Laércio (op. cit., IX).<br />
5<br />
Nota-se a persistência das interpretações logicistas de Parménides e também das<br />
interpretações ontológicas entre modernos pensadores franceses e ingleses, como por exemplo:<br />
L. ROBIN (La Pensée Grecque et les origines de VEsprit Scientifique, Paris, La Renaissance<br />
du Livre, 1923; reed. Albin Michel, 1963); P.-M. SCHUHL (Essai sur la formation de la<br />
pensée grecque, Introduction Historique à une étude de la Philosophie platonicienne, Paris, P.U.F.,<br />
1934', 1949 ); J. CHEVALIER (Histoire de la Pensée, I: La Pensée Antique .Paris, Flammarion,<br />
2<br />
1955); K. FREEMAN (The Pre-Socratic Philosophers, A companion to Diels «Fragmente der<br />
Vorsokratiker», Oxford, B. Blackwell, 1946, 1966 ); F. CLEVE (The Giants of Pre-Sophistic<br />
Greek Philosophy, An attempt to reconstruct their thoughts, 3 t. II, Hague, M. Nijhoff, 1969).<br />
Quanto à crítica às interpretações aristotelizantes do pensamento pré-socrático veja-se:<br />
H. CHERNISS, Aristotle's Criticism of Presocratic Philosophy, N. Y., J. Hopkins Press, 1935<br />
(reed. Octagon Books, 1971).<br />
6<br />
Cf. F. M. CORNFORD, From Religion to Philosophy, A Study in the origin of<br />
Western Speculation, Cambridge Univ. Press, 1912; N. Y. Harper & Row, 1957; KIRK and<br />
RAVEN, The Presocratic Philosophers — a critical history with a selection of texts, Cambridge<br />
Univ. Press, 1957; reed. 1966; W. K. C. GUTHRIE, A History of Greek Philosophy, vol. II:<br />
The Presocratic Tradition from Parmenides to Democritus, Cambridge, Camb. Univ. Press,<br />
1965; reed. 1969; Vejam-se também como estudos mais especializados: J. E. RAVEN,<br />
Pitagoreans and Eleatics, Cambridge, Camb. Univ. Press, 1948; J. ZAFIROPULO, VÉcole Éléate,<br />
Parménide-Zénon-Mélissos, Paris, Belles Lettres, 1950; M. UNTERSTEINER, Parmenide, Testimonialize<br />
e Frammenti, Firenze, Nuova Italia, 1958; reed. 1967.<br />
7<br />
Cf. DIÓGENES LAÉRCIO, IX, 21-23: «[IlapfiEvíSvjç] (...) èxotvcóvY]