Síxpavoi
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374 didaskalia<br />
Na descrição do altar e das quatro pontas ou cornos está presente<br />
um simbolismo paralelo ao do quaternário e ao da estabilidade do<br />
poder a partir dessa base litúrgica .<br />
Por outro lado, a exaltação dos 231 cornos ou do seu corte e abatimento<br />
representam a glorificação do bem e a condenação do mal .<br />
Finalmente, em variados passos do Apocalipse os cornos aparecem<br />
referidos concomitantemente com várias cabeças tanto a<br />
232<br />
propósito da «Besta» quanto a propósito do falso profeta . Diz-se<br />
que a Besta possui «xepaxoc Séxa xai xetpaXàç 233 ènrx» . Também<br />
o outro animal que representa o falso profeta aparece 2 3 4 como um<br />
cordeiro com «xépaTa Súo» .<br />
Os muitos olhos, as sete 235 cabeças e os dez cornos da Besta,<br />
bem como os dois cornos do cordeiro que falava como um<br />
dragão, representam exemplos da persistência simbólica na tradição<br />
cristã dos seres policéfalos com vários cornos e olhos.<br />
Mas, muito mais curioso e interessante é o passo, também<br />
do Apocalipse em que se descreve o Cordeiro de Deus como possuindo<br />
sete cornos e sete olhos . Figura do próprio Cristo que irá aparecer<br />
em muitas representações 236 da época medieval através do simbolismo<br />
como o do veado de vasta armadura na qual surge a figura da<br />
crucifixão.<br />
Os sete cornos e os sete olhos são os símbolos da força,<br />
da vontade e do conhecimento ou da sabedoria que o próprio<br />
Cristo possui em plenitude, sendo de notar que o número sete<br />
representa a irradiação do ser na diversidade, segundo a antiga<br />
tradição pitagórica do septenário. Os <strong>Síxpavoi</strong> estão já bastante<br />
longe deste sentido de perfeição septenária que ultrapassa em muito<br />
2 3 1<br />
Cf. ONIANS, The Origins of European Thought, pp. 236-237: «The horns of the altar<br />
had special sanctity amongst the Jews and have been recognised as originating, like the<br />
Minoan 'horns of consecration' in actual horns. With the Minoan we may reasonably<br />
relate not only the Homeric practice but also the survival at Delos of an altar consisting<br />
of horns.»<br />
2 2 3<br />
Cf. Ps.: 75, 10. Cf. também ONIANS, The Origins of European Thought, p. 100.<br />
2 3 3<br />
Cf. Ap.: 13,1; 13,11: «Kat eISov àXXo •íbjpíov ávaßaivov èx -rijç<br />
eíy_ev xápaxa Súo ôfioia ápvííp, xal èXáXet