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Síxpavoi

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312 DIDASKAI.iA<br />

da épica homérica pelo seu ritmo marcado c nobre pareceu aos<br />

teóricos da literatura inconciliável com o conteúdo demasiado<br />

lógico e explicativo do tal género de poema dito didáctico, são<br />

antes referenciáveis a um género de poema épico c trágico de<br />

sabor gnômico bastante próximo dos fragmentos órficos, dos hinos<br />

pitagóricos e de toda a literatura mal conhecida de carácter demiúrgico<br />

e coribante, numa palavra, de função iniciática 14 .<br />

Se o hegelianismo metafísico tal como o positivismo c até<br />

certas interpretações nietzscheanas mais racionalizaram o mito, numa<br />

mitificação da razão, do que souberam compreendê-lo e sobretudo<br />

escutá-lo, ao crepúsculo do Ocidente de um Spengler e de um<br />

Heidegger a afinidade da hora e a complementaridade do momento,<br />

tornando menos clara a opção, veiculam um novo saber escutar do<br />

passado antiquíssimo do pré-racional e aceitam como sua infância<br />

algo mais profundo, completo e radical do que a razão. De Jung<br />

a Merleau-Ponty, de Lévy-Brühl a Lévi-Strauss é toda uma mutação<br />

atenta ao mito e à síntese do saber antigo que ele constitui, síntese<br />

vivida, participada ritualmente e arquetípica 15 .<br />

As célebres palavras de Heidegger: «viemos tarde demais para<br />

os deuses e cedo demais para o Ser» parecem mostrar a situação<br />

por vários autores. As traduções tem sido variadas mas deveriam respeitar o sentido<br />

da raiz que está presente na etimologia de (piiatç. Segundo uma interpretação qtúaiç<br />

significaria crescimento mas como diz Burnet (Ibid., p. 363,1.10): «No doubt the verb

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