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Síxpavoi

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Aíxpavoi: da dupla visão ao discernimento 343<br />

nêutica pitagórica exige um estudo que coteje referências a outros<br />

autores e de outras obras que na Antiguidade sirvam de contributos<br />

para a evidência de uma tradição mais ampla em torno dos Síxpocvoi<br />

de Parménides.<br />

As referências mais antigas que se podem invocar para uma<br />

compreensão do contexto dos <strong>Síxpavoi</strong> na Cultura Clássica são<br />

vários termos dos Poemas Homéricos que reflectem uma primitiva<br />

concepção antropológica .<br />

A concepção de homem 112 encontra-se em Homero insinuada<br />

através de noções prévias como as de agregado de membros, conjunto<br />

de partes ou cabeça . Esta última noção referida pelo termo xeipaX-zj<br />

serve para referenciar 113 o número dos homens e apresenta-se como<br />

o princípio identificador dos homens em geral. Esta referência<br />

supõe uma concepção da como sopro vital cuja sede é<br />

èyxétpaXoç .<br />

Por outro 114 lado, na descrição de vários episódios de guerra<br />

os poemas homéricos referem os homens como caras, ou pontas<br />

(xaXá(i,7)) referindo a sua morte como o corte e o abatimento das<br />

mesmas. Além disso, a referência à identificação mental do homem<br />

em termos de çpévsç também se refere à cabeça .<br />

Por outro lado, a importância que desde a antiga 115 Creta teria<br />

tido o simbolismo da armadura do animal sagrado vem acentuar-se<br />

nos tempos homéricos em que xspaç ou cornu, também<br />

cerebrum ou xápa, significam os poderes vitais do próprio homem,<br />

símbolos de fertilidade e também de força .<br />

116<br />

Deixando para mais tarde o estudo do simbolismo propriamente<br />

dito, de inversão de valores do mesmo, e da sua persistência histórica,<br />

pode-se desde já afirmar o carácter predominante de xápoc-xépaç-<br />

-xpavíov na acepção mais frequente e mais primitiva da família<br />

semântica que se vem estudando.<br />

Noutras tradições não helénicas como por exemplo entre os<br />

judeus do Antigo Testamento encontram-se muitos dados desta<br />

preponderância antiquíssima de referência dos homens através do<br />

1 , 2<br />

of European Cf. ONIANS, The Origins Thought, pp. 236 e segs.<br />

1 1 3<br />

Cf. supra nota 52.<br />

, u<br />

Cf. ONIANS, id., p. 237: «(...) it can now be seen, they [the horns] were a<br />

permanent concentration, an outcrop, of the life-substance in the head, of the seed that<br />

was also the strength, of the £yx£

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