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Síxpavoi

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Aíxpavoi: da dupla visão ao discernimbnto 377<br />

conduz àquilo que como diferença e divergência se pode encarar.<br />

É mesmo encarar a divergência, o sentido da dualidade e a dualidade<br />

do sentido: o Mesmo em que pensar e ser se co-pertencem<br />

e a Alteridade que neste Mesmo e em si mesma garante a não<br />

confusão do pensar e do ser .<br />

4 — O símbolo Síxpavot 241 tem em si dois sentidos: ora como<br />

ruptura da unidade, ora como unidade da própria ruptura; como<br />

divisão e como duplicidade;<br />

5—Enfim, os Síxpavot seriam os seres de duas cabeças, que,<br />

àquem da sabedoria da unidade e exprimindo a hesitação perante<br />

a mesma, em si transfigurados por uma simbólica determinação já<br />

fora ou dentro de si mesmos, já abaixo ou acima do seu próprio<br />

nível surgem como modelo esfíngico e raiz de todo o enigma.<br />

De facto, os Síxpavot são dois sentidos na mesma direcção e duas<br />

direcções no mesmo sentido, ou seja, um quaternário em potência,<br />

actualizado na inconciliável e irredutível diferença do dois, do diferente,<br />

do discernido.<br />

Se estes pontos correspondem sinteticamente ao que os Síxpavot<br />

são num dizer retalhado por uma observação erudita e objectiva,<br />

na aurora do pensamento grego, no encantamento e no espanto<br />

imenso de dois olhos que se abrem sem se saberem na sua origem<br />

comum, os Síxpavot são o um-dois de um cômputo que in-fantil<br />

surge na estrutura do próprio olhar e no destino óptico da Filosofia<br />

Ocidental.<br />

No dealbar do pensamento ocidental, nessa aurora de róseos<br />

dedos, segundo a antiga figura homérica, surge o ímpeto ígneo e<br />

vigoroso, qual carro de Apolo puxado pelas filhas do Sol e faísca<br />

pela primeira vez uma evidência surpreendente . No Prólogo do<br />

«Poema» como no contexto desse surgimento 242 modelar renasce<br />

gnóstica e noética, lúcida e sábia, a consciência quase extinta nas<br />

cinzas de um mito nocturno e seu ciclo titânico e onírico. Os<br />

Síxpavot são um símbolo de um momento que em si mesmo é<br />

também dúplice como o pórtico e a porta ou os fechos duplos dessa<br />

entrada . Mas, por outro lado, os Síxpavot estão fora de todo e<br />

qualquer 243 contexto na objectividade solitária do excesso de não<br />

2 4 1<br />

Cf. PAHMÉNIDES, frag. 3 (D. K., t. I, p. 231: «(...) TÒ yàp aÒTÒ voeív IOTÍV<br />

TE xal eivai.»<br />

2 4 2<br />

Cf. PAHMÉNIDES,<br />

2 4 3<br />

frag. 1 (D. K„ t. I, p. 228).<br />

Cf. Ibiã. (D. K., t. I., p. 229, 1.6 e segs.).

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