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Síxpavoi

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Aíxpocvoi: DA DUPLA VISÃO AO DISCERNIMENTO 339<br />

modo dual de aproximação máxima e referenciação económica<br />

ao uno".<br />

Por isso, tanto as hermenêuticas que entendem uma pluralidade<br />

indefinida de caminhos no «Poema» de Parménides, baseadas<br />

na proliferação indefinida dos nomes, das instâncias significativas,<br />

trilhos e caminhos que não levam a parte alguma em círculos<br />

indefinidos que multiplicam os <strong>Síxpavoi</strong>, como as hermenêuticas<br />

da unidade das vias pela assimilação dos Síxpavot como instâncias<br />

di-mórficas e dianoéticas — estão ambas determinadas por uma<br />

consideração de um mesmo horizonte de referência do «Poema». A<br />

exigência de simultaneidade e de identidade segundo Aristóteles,<br />

ou a menos estricta exigência que em Platão caracteriza um horizonte<br />

de referência em termos de universalidade e de unidade relacional<br />

total, bem como a necessidade que nas hermenêuticas de conciliação<br />

existe de mesmidade referencial não respeitam o dizer de Parménides<br />

quando caracteriza os <strong>Síxpavoi</strong> como os que afirmam que o ser<br />

e o não-ser são e não são o mesmo 100 .<br />

Mesmo Martin Heidegger na revalorização que executou do<br />

pensamento pré-socrático e especialmente de Parménides determinou<br />

o horizonte deste pensar originário como o do TÒ XÒTQ, esquecendo,<br />

porventura que nos SÊxpavoi se ultrapassa esse plano do ser<br />

e do pensar, da realidade possível e revelada, para se propor o que<br />

se poderia designar por uma diferenciação absoluta 101 .<br />

Como se verá mais tarde este sentido diferencial não está ausente<br />

no pensamento de Heidegger, mas aparece subordinado ao tal<br />

plano de referência absoluto que é o mesmo (TÒ OCUTÓ) 1 0 2 .<br />

9 9<br />

A dualidade é o modo óptimo de redução e de referenciação do Um (TÒ 2V)'<br />

Veja-se como no platonismo tardio persiste a antiga concepção pitagórica de que o Um<br />

gera o Um (2.°), que é idêntico ao primeiro e o permite referir intuitivamente, e, por<br />

outro lado, é dele diferente (por ser 2. ° ou «outro») e constitui operativamente<br />

relação ao primeiro a Díade como número ilimitado de gerações possíveis. Esta instância<br />

segunda em si mesma constitui a linguagem analógica da unidade, ou do Uno, em que<br />

Um e muitos se referem e conciliam.<br />

1 0 0<br />

PARMÉNIDES, frag. 6, D. K., t. I, p. 233:» /«/ olç TÒ 7réXeiv TE xal oúx slvat<br />

TOCUTÒV VEvójxiCTTai / xoú TaÚTÓv, 7rávT(ov Sè mxXÍVTpoTróç èazi xáXsu&oç.»<br />

1 0 1<br />

Embora Martin Heidegger tenha sido quem revalorizou a via da SóÇa como<br />

a aparência pela qual o saber superior será concedido àqueles que conhecerem os dois<br />

outros caminhos, por outro lado recusa-se a entender esta aparência como diferenciante e como<br />

discernimento. De facto, quando se refere ao TÒ DCUTÓ do frag. 3 (D. K., t. I, p. 231;<br />

cf. também frag. 8, 34 (D. K., t. I, p. 238)) diz que: «Darum bleibt TÒ AÜTÓ, das Selbe,<br />

in beiden Fragmenten, wenn nicht gar für das ganze Denken des Parmenides, das Rätselwort.»<br />

(Cf. Vorträge und Aufsätze, t. III, «Moira» (Parmenides, 8, 34-41), p. 37).<br />

1 0 2<br />

De facto, não só no texto acima citado (nota 86: Einführung in die Metaphysik,<br />

p. 86) mas também num passo imediatamente anterior: «Das Sichzeigen des Scheinenden gehört<br />

unmittelbar zum Sein und gehört auch wieder (im Grunde doch) nicht zu ihm.» (Ibid., p. 86);<br />

em

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