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Síxpavoi

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Aíxpocvoi: DA DUPLA VISÃO AO DISCERNIMENTO 315<br />

uma síntese ideal transcendente mas corresponde mais proximamente<br />

ao signo material, cujo poder litúrgico lhe concede o sentido forte<br />

de um «mitema» que nenhuma alegoria poderá esgotar .<br />

O dualismo do vocabulário estudado em Parménides 23 considerado<br />

por um lado de teor mítico, (o do Prólogo) e, por outro lado,<br />

de teor racional, (o das outras partes do poema) corresponde a um<br />

preconceito lexicológico e semântico recente, que distingue os<br />

nomes em próprios e comuns, e recusa aos primeiros o carácter<br />

universal dos arquétipos da filosofia grega. Só alguns estudiosos<br />

com uma amplitude de análise muito superior e que aspiravam<br />

a uma comparação entre várias tradições filosóficas, culturais e de<br />

sabedoria de vários tempos e lugares permitiram perceber como<br />

certos termos, por exemplo da via da Verdade, como ser, ente,<br />

limite, ilimitado, etc., constituíam quase personificações e pelo menos<br />

seriam nomes próprios como atributos destes apenas dizíveis dentro<br />

de uma relação estrita .<br />

24<br />

Desta maneira se poderá compreender como AÍXTJ se diz do<br />

limite e o limite se diz de AB«), como o ser se diz do pensar<br />

no reino da luz e como no caminho até lá os que ainda erram,<br />

mortais, são o correlato da [xoípa., como também o ciclo do dizer<br />

parmenidiano cumpre a esfericidade imagética do próprio ser e esta<br />

ainda o coração rotundo e plenamente circular da própria Verdade .<br />

As várias menções e estes exemplos são frágeis enquanto perspectivados<br />

como pertencentes a diversos níveis de exegese do<br />

25<br />

texto desde o seu pretenso plano mítico até ao seu plano histórico-<br />

-racional passando pela literalidade positiva, pelo alegorismo de<br />

2 3<br />

Sobre os sentidos de alegoria, símbolo, metáfora e imagem tenha-se presente que<br />

pelos dois primeiros se diz respectivamente uma tradução decifrável e uma sugestão<br />

irredutível. Por outro lado, enquanto a imagem representa a objectivação do símbolo e<br />

imobiliza o seu infindo ciclo dialéctico, pelo contrário a metáfora potencia temporalmente<br />

a alegoria retirando-lhe o seu carácter traduzível imediato. (Veja-se sobre esta doutrina<br />

de C. H. do Carmo SILVA, «Carácter rítmico da Estética bonaventuriana», in: Rev. Portuguesa<br />

de Filosofia, Braga, T. XXX, 1-3, 1974, pp. 266-267).<br />

2 4<br />

A propósito deve-se citar o recente estudo de M. L. WEST, Early Greek Philosophy<br />

and the Orient (ed. cit. supra) e o estudo clássico de R. B. ONIANS, The origins of European<br />

Thought, Cambridge, Camb. Univ. Press, 1951.<br />

2 5<br />

Sobre o ciclo simbólico da própria esfericidade que em Parménides integra todas<br />

as outras virtualidades simbólicas, vejam-se os seguintes passos exemplares: Frag. 1, 28-30:<br />

«Xpe Sé ae TOXVTOÍ 7ru&á

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