digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
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V<strong>em</strong>os 0 erotismo sagrado tamb<strong>em</strong> nas duas primeiras estrofes ligados a cor<br />
azul ( referente a paz, a tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong> espiritual e ao ate mesmo do pensar poetico <strong>em</strong><br />
to<strong>da</strong> a obra telesiana ) e ao resplendor, entendido no po<strong>em</strong>a como brilho, a luz que<br />
resplan<strong>de</strong>ce na cabeya dos santos:<br />
"Na travessia do t<strong>em</strong>po<br />
niio hiJ lugar n<strong>em</strong> sentido<br />
que niio se tenham <strong>de</strong>ixado<br />
toear por seu resplendor. "<br />
o erotismo sagrado e, portanto, misterio ligado ao erotismo dos corayoes pela<br />
paixao e ao erotismo dos corpos pela sedw;:ao e gozo n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre realizado, presente<br />
nas estrofes seguintes. E mais uma vez Gilberto Mendonya Teles retorna a figura do<br />
peixe, duplamente religioso e f<strong>em</strong>inino, voltado para a orig<strong>em</strong>, para as profun<strong>de</strong>zas<br />
do<br />
espirito e tamb<strong>em</strong> para as profun<strong>de</strong>zas <strong>da</strong> alma f<strong>em</strong>inina, esta ultima traspassa<strong>da</strong> pelo<br />
silencio que a torna escorregadia<br />
e, por isso mesmo, impedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> ser alcanya<strong>da</strong>:<br />
"Tudo 0 que eonta se conta<br />
e 0 que se eonta se escon<strong>de</strong><br />
na sua propria evasiio,<br />
e peixe <strong>de</strong> fevereiro<br />
<strong>de</strong>slizando no silencio, "<br />
Mas ha instantaneos poeticos <strong>em</strong> & Cone <strong>de</strong> Sombras <strong>em</strong> que prevalece 0<br />
erotismo dos corpos. 0 po<strong>em</strong>a Erotica I (59), por ex<strong>em</strong>plo, faz triunfar 0 erotismo tanto<br />
do corpo <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> como do proprio corpo ali inscrito. Tratando-se do corpo <strong>de</strong><br />
linguag<strong>em</strong>, 0 poeta teoriza a respeito <strong>de</strong> algumas palavras <strong>da</strong> lingua consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s<br />
"tabus" e, por ser<strong>em</strong> proibi<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>spertam a paixao <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> pronuncia<strong>da</strong>s e<br />
reverencia<strong>da</strong>s. Na tentativa <strong>de</strong> dize-las mais "doc<strong>em</strong>ente ", ou <strong>de</strong>cent<strong>em</strong>ente, Gilberto<br />
Mendonya Teles trama<br />
urn jogo <strong>de</strong> palavras e tece urn po<strong>em</strong>a, cuja sonori<strong>da</strong><strong>de</strong> ambigua