digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
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querendo manuscrever<br />
0 nome <strong>da</strong> ama<strong>da</strong> - Maria / poesia - nas entrelinhas do po<strong>em</strong>a,<br />
mas ao iniciar 0 "manejo <strong>da</strong> pluma" (21), cria po<strong>de</strong>res universais, transformando-se <strong>em</strong><br />
urn <strong>de</strong>us que tudo po<strong>de</strong> fazer com e por aquele nome (con)sagrado<br />
ao seu amor. Como<br />
urn adivinho, ele vai <strong>de</strong>terminando, pelo uso abun<strong>da</strong>nte do verbo no presente, os<br />
caminhos que <strong>da</strong> it sua poesia. No entanto, it presentificayao verbal, sobrepoe-se 0<br />
passado <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> espaciali<strong>da</strong><strong>de</strong>: 0 papiro, 0 pergaminho, as pedras, lugares<br />
on<strong>de</strong> consegue grafar 0 nome, registrar , r<strong>em</strong>etendo para urn t<strong>em</strong>po que se<br />
encontra<br />
marcado na m<strong>em</strong>oria <strong>de</strong>ste poeta s<strong>em</strong> gerayao, como diz, mas que carrega na<br />
palma <strong>da</strong> mao as marc as <strong>de</strong> seus antecessores. Como se a sua mao, registrasse, ain<strong>da</strong><br />
que <strong>de</strong> modo enigmcitico e passivel <strong>de</strong> <strong>de</strong>cifrayao, os diferentes itinerarios par ele<br />
seguidos, absorvidos e transformados, mas nunca esquecidos. Num segundo momento, 0<br />
poeta se comporta<br />
como urn magico que tenta codificar esse nome <strong>da</strong>s mais varia<strong>da</strong>s<br />
formas e idiomas. Pela magia <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> consegue atingir a maxima excitayao dos<br />
sentidos do nome: 0 orgasmograma acontece. E, entao, tudo v<strong>em</strong> it tona ern rapidos<br />
lances <strong>de</strong> recor<strong>da</strong>yao, cujos registros van sendo feitos numa linguag<strong>em</strong> ain<strong>da</strong> confusa e<br />
<strong>de</strong>lirante, soletra<strong>da</strong>, mas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> urn novo estilo - 0 seu proprio estilo - <strong>de</strong><br />
escritu(r)ayao palimpsestica, que 0 salva <strong>da</strong> marca visive1 <strong>da</strong>s gerayoes, mas que a<br />
partir <strong>de</strong>las, mesmo tendo entrado<br />
"num tr<strong>em</strong> qualquer, na contramiio ", conseguiu:<br />
" Ler os genios antigos, ler os novos<br />
( Ban<strong>de</strong>ira e Cassiano, ler Cabral,<br />
ler Mario, ler Drummond) ejuntar ovos<br />
<strong>de</strong> Duro para um estilo nacional".<br />
(Gera~iio, 20, Plural <strong>de</strong> Nuvens )<br />
A mao <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>us canhoto <strong>de</strong> nascenya revel a a sua interiori<strong>da</strong><strong>de</strong> marca<strong>da</strong><br />
pela relayao com 0 mundo. Gilberto Mendonya Teles manuscreve a sua individuali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
enquanto poeta, mas subscreve, passa a limpo e lavra to<strong>da</strong> uma coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />
assirnilou. No<br />
correr do seu estilo, a mao busca atingir 0 leitor <strong>de</strong> seus po<strong>em</strong>as <strong>de</strong> modo