21.05.2014 Views

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

"<strong>de</strong> peixe", acompanha<strong>da</strong> pela canyao. A imag<strong>em</strong> do peixe, referi<strong>da</strong> anteriormente no<br />

po<strong>em</strong>a Telha <strong>de</strong> Menos, <strong>de</strong> Plural <strong>de</strong> Nuvens, volta aqui com mais intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois<br />

que a ele atrelou-se a canyao. A forma <strong>em</strong>ergente nao e somente uma forma, e tamb<strong>em</strong><br />

A canyao, 0 som, junta-se a forma, tomando-a audivel e <strong>de</strong>nsa. 0 po<strong>em</strong>a, por<br />

fim, ganha ritmo, sonori<strong>da</strong><strong>de</strong>. E melodia. Toma-se urn ser capaz <strong>de</strong> ser ouvido.<br />

Configurados assim, signo e som, recorr<strong>em</strong>os ao pensamento <strong>de</strong> Alfredo Bosi (1972:35),<br />

quando diz que 0 som, juntamente com seus ecos a<strong>de</strong>nsam a face concreta do po<strong>em</strong>a.<br />

Mais adiante, ele afirma que 0 som do signa, para existir, faz uma "viag<strong>em</strong> notuma<br />

pelos corredores do corpo". Desse modo, 0 som, no po<strong>em</strong>a, possibilita compor "0<br />

enredo <strong>de</strong> outra vi<strong>da</strong>" atraves <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> que se repete apcs sair do mais profun<strong>da</strong><br />

do<br />

ser e atingir 0 seu pleno sentido.<br />

A ultima estrofe coloca 0 poeta face a face com 0 passado<br />

pela forma poetica<br />

escolhi<strong>da</strong> para representar analogicamente a mora<strong>da</strong> do ser, e tamb<strong>em</strong> pelas etapas<br />

venci<strong>da</strong>s na composiyao <strong>de</strong>sse ser <strong>de</strong> palavras. E pela face do passado que <strong>de</strong>scobre 0<br />

seu estado constante <strong>de</strong> busca para atingir a perfeiyao do ser. No soneto, 0 poeta<br />

trabalha, imprime-lhe modificayoes formais, metricas, ritmicas e rimicas, fazendo-o no<br />

presente como se nao fosse. Mas a face do passado tamb<strong>em</strong> retrata a existencia<br />

cotidiana, cujo amor, corroido pelo t<strong>em</strong>po, transformou-se <strong>em</strong> pura rotina, como se na<strong>da</strong><br />

se fizesse <strong>de</strong> novo, ou se tudo 0 que fosse feito na<strong>da</strong> representasse. Em outras palavras,<br />

o que Gilberto Mendonya Teles consegue <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta t<strong>em</strong>lhica <strong>da</strong> casa e relacionar os<br />

t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste espayo criado para ser habitado por urn corpo-ser-<strong>de</strong>-palavras.<br />

Consegue imprimir ao po<strong>em</strong>a, conforme Bahktin (1997: 151), "a marca substancial e<br />

viva do passado no presente", incluindo no "t<strong>em</strong>po ciclico todos as t<strong>em</strong>pos... "

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!