Em <strong>de</strong>sequilibrio, a casa prossegue e se estabelece <strong>em</strong> seus compartimentos conforme estes sejam marcados por alguns fen6menos t<strong>em</strong>porais. Cotidianamente a casa vai a<strong>da</strong>ptando-se ao t<strong>em</strong>po com tudo 0 que ele traz: ca<strong>da</strong> fen6meno t<strong>em</strong>poral - chuva, sol, vento - e responsavel por urn acontecimento preciso, somente alterado algumas vezes por el<strong>em</strong>entos externos ao ambiente. Neste espa90, 0 poeta tenta encaixar-se, e comeya a <strong>de</strong>screver a casa fazendo a inversao <strong>da</strong>s polari<strong>da</strong><strong>de</strong>s: e pelo telhado que Gilberto Mendonya Teles visualiza a casa; principalmente pela 'faha' <strong>da</strong> telha. Por essa falha no espayo 0 t<strong>em</strong>po se torna perceptivel ao poeta, tirando-Ihe a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do ambiente, mostrando-lhe 0 que ha aMm <strong>de</strong>le - passaro, borboleta, aviao, nuv<strong>em</strong> - ain<strong>da</strong> que raramente. A sala, <strong>em</strong> sua quietu<strong>de</strong>, e corta<strong>da</strong> por urn "peixe <strong>de</strong> luz" que 0 sol <strong>de</strong>ixa escapar pela telha que faha. Ha, nesse ponto do po<strong>em</strong>a, urn jogo intencional dos signos "peixe" / "r<strong>em</strong>ansos", <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adores <strong>de</strong> urn <strong>de</strong>vaneio erotizado, provocado pelo calor que a luz do sol irradia <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> sala. A sala, como agua <strong>em</strong> estado <strong>de</strong> repouso, e <strong>de</strong>sperta pelo peixe que, segundo Mircea Elia<strong>de</strong> (1977:236) acumula todo urn simbolismo er6tico, e que <strong>em</strong> outras passagens no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> nossa analise, sera visto como representativo do f<strong>em</strong>inino na poesia telesiana. 0 peixe, feixe <strong>de</strong> sonhos acor<strong>da</strong>do que 0 vento se encarrega <strong>de</strong> <strong>em</strong>purrar para 0 "quarto", 0 espayo do <strong>de</strong>sejo, mas tamb<strong>em</strong> <strong>de</strong> sua cessa9ao. No quarto, 0 vento provoca a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e trata <strong>de</strong> acomo<strong>da</strong>r a urn s6 t<strong>em</strong>po e lugar sonhos e pesa<strong>de</strong>los, atraves <strong>da</strong> musica que se espalha s<strong>em</strong> dissipa-los-; ao contririo, fun<strong>de</strong>-os, fundindo-se, tamb<strong>em</strong> a eles. Para Durand (1977: 225) a sonori<strong>da</strong><strong>de</strong> musical, cara aos poetas romanticos, e senti<strong>da</strong> profun<strong>da</strong>mente como fusao <strong>de</strong> urn "macro" com urn "microcosmo", isto e, pela musica, 0 hom<strong>em</strong> se equilibra <strong>em</strong> rela9ao ao set! universo, a ele integra-se. No po<strong>em</strong>a, 0 sujeito <strong>da</strong> enunciayao tenta integrar-se ao seu universo sonhado a partir do real. A casa do poeta, por mats que tent<strong>em</strong>os <strong>da</strong>r-lhe uma referencia cotidiana, sera s<strong>em</strong>pre a cas~ oonha<strong>da</strong>. Casa esta que, contrariando a visao bachelardiana, e
oniricamente incompleta, pOlS nao apresenta nenhum indicio <strong>de</strong> que nela haja algum subterraneo, a nao ser 0 dos corpos que nela habitam. Os seus espa
- Page 1 and 2: Letras d i g i t a i s Teses e Diss
- Page 3 and 4: Apresentação Criar um acervo é r
- Page 5 and 6: Das Margens do Corp o ao Corpo de L
- Page 7 and 8: « U F U) U) UJ , ...• .• UJ :
- Page 9 and 10: Fara Celio e Olivia Augusta, dais m
- Page 11 and 12: SUMARIO INTRODUQAO 08 1.1 Entre 0 E
- Page 13 and 14: INTRODUvAo E bastante significativa
- Page 15 and 16: uma retrospectiva, iniciando com so
- Page 17 and 18: A analise de Plural de Nuvens e & C
- Page 19 and 20: Pierre Guiraud (1991:42) esta de ac
- Page 21 and 22: essonancia sempre renovada da leitu
- Page 23 and 24: "Onde termina a.sombra que come£a,
- Page 25 and 26: casa, cidade, cavidade sac os "alvi
- Page 27 and 28: Um lcone de sombras e penumbras est
- Page 29 and 30: "recolhei meu pobre acervo, alongai
- Page 31 and 32: desempenho diante do leitor. Como n
- Page 33 and 34: "tudo esta mesmo e nos neur6nios, n
- Page 35 and 36: se ao cosmos. Ele nao e, contrarian
- Page 37 and 38: ir6nico. 0 poema Exegese (23) e uma
- Page 39 and 40: teda a relaC;ao do poeta com 0 corp
- Page 41: "... a casa semjanelas nem portaser
- Page 45 and 46: enunciayao alya vao ( mais uma vez
- Page 47 and 48: 1.40 ESPAC;O ALEM DA MAsCARA DO TEM
- Page 49 and 50: EemSemiologia II (77), quando 0 fim
- Page 51 and 52: o diabo mesmo e que hi onde fala 0
- Page 53 and 54: :-".---------"""-----"--------"-"--
- Page 55 and 56: Sobre 0 entendimento da dimensao co
- Page 57 and 58: 'J; las palabras brillaban en su co
- Page 59 and 60: em sua poesla. Nao se trata aqui de
- Page 61 and 62: amaciando" com 0 tempo e se romanti
- Page 63 and 64: Representando atraves do gnilico, v
- Page 65 and 66: "Alguempassou por aqui efoi cavando
- Page 67 and 68: "Nas silabas de um So que se Ie e s
- Page 69 and 70: poeta no que diz respeito a formaya
- Page 71 and 72: comprimido, restrito em seu mundo.
- Page 73 and 74: que esta por baixo dos pontos de cr
- Page 75 and 76: e 0 seu conteudo: a essencia plural
- Page 77 and 78: o elemento metaforizador motiva tod
- Page 79 and 80: o entree)spac;o do texto telesiano
- Page 81 and 82: Principalmente quando se trata das
- Page 83 and 84: haver necessidade de 0 poeta utiliz
- Page 85 and 86: caso, podemos citar como exemplo ra
- Page 87 and 88: tOnica ou gnifica da mensagem. Segu
- Page 89 and 90: Minhas ideias, como-as com sebo na
- Page 91 and 92: "no inicio estiio as reticencias es
- Page 93 and 94:
HE so virar pelo avesso, ler 0 que
- Page 95 and 96:
varios personagens de romances bras
- Page 97 and 98:
Buscar a intertextualidade e a auto
- Page 99 and 100:
Para Gilberto, nomear contagia e no
- Page 101 and 102:
trabalho de Isis cabe ao leitor cri
- Page 103 and 104:
Havendo, conforme 0 pr6prio Bataill
- Page 105 and 106:
Vemos 0 erotismo sagrado tambem nas
- Page 107 and 108:
"... depois de muitas festas, de al
- Page 109 and 110:
inteira, como se segredasse a algue
- Page 111 and 112:
"a beleza das coisas sem palavras,
- Page 113 and 114:
Iinguagem fixo - soneto decassihibi
- Page 115 and 116:
encontros, 0 que possibilita a reno
- Page 117 and 118:
poesia. Teoricamente, 0 poeta nos f
- Page 119 and 120:
Quando nao basta ao poeta as palavr
- Page 121 and 122:
••• mu. uu u· •• u •
- Page 123 and 124:
outros, que podem ser identificados
- Page 125 and 126:
(..) Procuro 0 que figura (...) Pro
- Page 127 and 128:
corpos e por ela atinge 0 orgasmogr
- Page 129:
Acrescentamos, por firn, que amilis
- Page 132 and 133:
1. TELES, Gilberto Mendon9a. La Pal
- Page 134 and 135:
5. Tristao de Athayde (teoria, crit
- Page 136 and 137:
5. HILL, Telenia. A poetizacao da e
- Page 138 and 139:
13.BLANCHOT, Maurice. 0 Espaco Lite
- Page 140 and 141:
42. LE GUERN, Michel. Semantique de