21.05.2014 Views

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Consi<strong>de</strong>rando 0 contexte do po<strong>em</strong>a acima, po<strong>de</strong>mos partir do principio <strong>de</strong> que,<br />

pelo titulo, pressupoe-se<br />

a existencia <strong>de</strong> urn po<strong>em</strong>a anterior, <strong>de</strong> mesmo nome. A resposta<br />

encontra-se <strong>em</strong> Raiz <strong>da</strong> Fala,16 quando 0 poeta diz que "antes do nome, os seres se<br />

dispersavam / incognitos nos abismos do Genese," no po<strong>em</strong>a Antes do Nome. No<br />

po<strong>em</strong>a-titulo<br />

ele <strong>de</strong>clara nao haver<br />

"N<strong>em</strong> sinal n<strong>em</strong> sin6nimo,<br />

apenas 0 intervalo<br />

<strong>da</strong> durarao do nome<br />

no vertice <strong>da</strong> fala. "<br />

Partamos <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que raiz r<strong>em</strong>ete a algo oculto, ain<strong>da</strong> subjacente. E nessa raiz<br />

que 0 poeta vai buscar a forma <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> humana primeira, como na fala infantil,<br />

num jogo balbuciante, atropelando as letras <strong>da</strong>s palavras, como manica ( maquina ) e<br />

pispislone ( 0 popular ipsilone ), para mostrar 0 momento prece<strong>de</strong>nte it cria~ao poetica.<br />

Nena tiste tanto po<strong>de</strong> se referir it linguag<strong>em</strong> infantil ( nena significando boneca ), quanta<br />

it composi~ao poetica nenia,17 simbolizando a anglistia que antece<strong>de</strong> 0 fazer poetico, 0<br />

que esta por vir, ain<strong>da</strong> s<strong>em</strong> nexo. 0 sentido <strong>da</strong> primeira estrofe vai, aos poucos,<br />

completando-se<br />

na segun<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> 0 poeta mostra que 0 que existe e simplesmente uma<br />

i<strong>de</strong>ia ain<strong>da</strong> por se <strong>de</strong>senvolver. V<strong>em</strong>, na terceira, 0 hipograma, a cria~ao ex-nihilo<br />

propriarnente<br />

dita. <strong>Letras</strong> soltas que marcarn a zona do silencio <strong>da</strong> poesia e voarn qual<br />

borboletas - borboletras - buscando urn som, urn signa, quase saindo - nos alpendres -<br />

buscando criar pontas, <strong>de</strong>senvolver-se. 0 que po<strong>de</strong>mos captar por tras <strong>de</strong>ssa estrofe<br />

fabulosa? Seguindo 0 conselho <strong>de</strong> Starobinski, 0 misterio se revela: 0 poeta, enquanto a<br />

i<strong>de</strong>ia nao germina, brinca com as teclas <strong>da</strong> maquina <strong>de</strong> escrever.<br />

A pertinencia do que foi dito acima encontra eco mais uma vez nas palavras <strong>de</strong><br />

Dubois,18 quando este se refere aos metaplasmos como uma altera~ao na continui<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

16 Liwo <strong>de</strong> 1972. on<strong>de</strong> 0 poeta come

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!