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digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

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<strong>em</strong> sua poesla. Nao se trata aqui <strong>de</strong> analisarmos os processos coor<strong>de</strong>nativos e<br />

subordinativos <strong>de</strong> sua poesia. Interessa-nos, <strong>de</strong> modo particular, a disposiyao <strong>da</strong>s<br />

palavras nas frases e 0 sentido que <strong>da</strong>i se po<strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, ele <strong>de</strong>smonta a<br />

estrutura normal <strong>da</strong> frase atraves <strong>de</strong> trayos originais e expressivos, fazendo surgir uma<br />

tipologia frasal especificamente mel6dica. E disso que tratar<strong>em</strong>os a seguir.<br />

Pierre Guiraud ( 1991:90 ) diz haver uma melodia sintatica e outra expressiva. A<br />

pnmelra, ligando-se a estrutura do enunciado e as suas rupturas <strong>de</strong> construyao; a<br />

segun<strong>da</strong>, responsavel por introduzir e modificar a primeira atraves <strong>de</strong> trayos <strong>de</strong><br />

expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Sao cortes mais perceptiveis na lingua fala<strong>da</strong>. No caso <strong>da</strong> poesia <strong>de</strong><br />

Gilberto Mendonya Teles , a curva mel6dica dos versos veicula 0 seu modo pessoal <strong>de</strong><br />

interpretar, <strong>de</strong> explicar 0 mundo com suas coisas to<strong>da</strong>s, int<strong>em</strong>alizando-o e ext<strong>em</strong>ando-o,<br />

muitas vezes por meio <strong>de</strong> imagens fantasiosas, abstratas, <strong>em</strong> versos mais longos, como<br />

"Eu sou noturno quando comer;o,<br />

sou meia-noite <strong>de</strong> horas redon<strong>da</strong>s ".<br />

ou no po<strong>em</strong>a Telha <strong>de</strong> Menos (32), do mesmo livro, on<strong>de</strong> 0 poeta, fechado <strong>em</strong> si<br />

mesmo, rnanifesta as suas ernoyoes, 0 seu estado <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> alt<strong>em</strong>ando versos curtos e<br />

longos:<br />

"e quando hit vento,<br />

a musica se esparrama pelo quarto<br />

<strong>em</strong>balando alguns sonhos e pesa<strong>de</strong>los ".<br />

ou ain<strong>da</strong> no poerna Indio (49), <strong>de</strong><br />

longos:<br />

& Cone <strong>de</strong> Sombras, ern versos ca<strong>da</strong> vez rnais<br />

"sou capaz <strong>de</strong> escutar 0 vao do inseto<br />

e a canr;ao <strong>da</strong> s<strong>em</strong>ente germinando ".

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