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digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

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po<strong>de</strong>riamos <strong>de</strong>nominar 0 corpo <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> telesiano <strong>de</strong> corpo amalgamado, isto e,<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> fonte pressenti<strong>da</strong> <strong>em</strong> sua poesia ele conseguiu enxertar a essencia. A sua<br />

poesia, nesse sentido, vale-se <strong>de</strong> uma intertextuali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

vasta e significativa 0 bastante<br />

para percebermos <strong>em</strong> Plural <strong>de</strong> Nuvens como <strong>em</strong> & Cone <strong>de</strong> Sombras, especificamente a<br />

terceira parte <strong>de</strong> ambos, essa sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reunir antigos e novos e produzir urn<br />

texto <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ele consegue, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, firmar urn pacta verbal chamado<br />

'Mitofagia' - a <strong>de</strong>vorayao do mito, literalmente - que nas palavras <strong>de</strong> Haroldo <strong>de</strong><br />

Campos (1983) significa na<strong>da</strong> mais que "a <strong>de</strong>vorac;iio critica do legado cultural<br />

universal (...) uma transculturac;iio: melhor ain<strong>da</strong>, uma transvalorac;iio".<br />

Sab<strong>em</strong>os que por isso mesmo a poesia telesiana diz s<strong>em</strong>pre mais do que se faz<br />

perceber superficialmente. Por isso uma certa critica pensa ter nela encontrado<br />

nao s6 vestigios pamasianos, mas tamb<strong>em</strong> simbolistas, romanticos, b<strong>em</strong> como uma<br />

dimensao classica e trovadoresca. A essas criticas ele respon<strong>de</strong> na terceira parte <strong>de</strong> &<br />

Cone <strong>de</strong> Sombras com po<strong>em</strong>as cujos titulos e conteudos<br />

r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> a esses movimentos<br />

literarios, como por ex<strong>em</strong>plo, Safica (95), segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> nota explicativa <strong>de</strong>monstrando<br />

ter<br />

seguido 0 ritmo seguido por Safo, repetido por Catulo e aperfeiyoado por Horacio;<br />

t<strong>em</strong>os ain<strong>da</strong> Barrococo (97), Arcadia (100), Centao Simbolista (104), Mo<strong>de</strong>rnismo<br />

(109), entre outros. 0 intertexto telesiano nos oferece uma leitura nao linear, uma leitura<br />

que se dli <strong>em</strong> dimens5es diversas no t<strong>em</strong>po. 0 Trovadorismo, 0 Barroco e os "ismos"<br />

todos se presentificam <strong>em</strong> seus po<strong>em</strong>as e adquir<strong>em</strong> trayos futuristas. Gilberto Mendonya<br />

Teles e esse poeta que nos leva para 0 fundo mesmo <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>, <strong>da</strong> Literatura<br />

Portuguesa <strong>de</strong> todos os t<strong>em</strong>pos e, na contraluz, vai criando a sua. Vai "<strong>de</strong>scongelando<br />

os pas do t<strong>em</strong>po na pare <strong>de</strong> " e quebrando os valores esteticos anteriores atraves <strong>da</strong><br />

"linguag<strong>em</strong> selvag<strong>em</strong> <strong>de</strong> seu canto".<br />

A intertextuali<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra-se presente, principalmente, na terceira fase <strong>de</strong> sua<br />

poesia. Fase esta que comporta nao s6 Plural <strong>de</strong> Nuvens e & Cone <strong>de</strong> Sombras, mas 0<br />

Saciologia Goiana, anterior aos dois. Em Plural <strong>de</strong> Nuvens, por ex<strong>em</strong>plo, a terceira<br />

parte, cujo titulo e Na Foz do Rio, inicia-se com 0 po<strong>em</strong>a Historia (64), mostrando<br />

que<br />

ha urn pre-texto,<br />

urn pretexto para que 0 texto se pronuncie, exista:

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