digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Mendonya Teles, para qu<strong>em</strong> a palavra e "fun<strong>da</strong>mental para que 0 hom<strong>em</strong> tome<br />
consciencia <strong>de</strong> si e possa realizar a segun<strong>da</strong> criac;iio do universo, que e a criac;iiopela<br />
lingua g<strong>em</strong> ." E nesse sentido que ele elabora a sua poesia, criando urn universo <strong>de</strong><br />
linguag<strong>em</strong> que the e peculiar.<br />
Para alguns criticos, a sua poesia r<strong>em</strong>ete ao cerebralismo <strong>de</strong> Joao Cabral <strong>de</strong> Melo<br />
Neto,l1 humanizado pelo refinamento e pelo rebuscamento vocabular. Sua arte e fun<strong>da</strong><strong>da</strong><br />
numa linguag<strong>em</strong> que explora e explo<strong>de</strong> todos os niveis <strong>da</strong> palavra: <strong>da</strong> lingua culta a<br />
popular, dos costumes aca<strong>de</strong>rnicos a cultura goiana. E urn eterno <strong>de</strong>s-monte<br />
<strong>da</strong> palavra<br />
buscando meios <strong>de</strong> chegar a corporei<strong>da</strong><strong>de</strong> textual. Urn <strong>de</strong>sses meios e exatamente a<br />
criayao neol6gica.<br />
Nao se trata aqui <strong>de</strong> analisarmos 0 neologismo partindo <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
lingiiistica, mas a partir <strong>de</strong> urn conjunto <strong>de</strong> textos litenirios ( po<strong>em</strong>as ), pertencentes<br />
a urn<br />
unico escritor. Embora seja criado corn a mesma caracterizayao dos <strong>de</strong>mais, que e a<br />
transrnissao <strong>de</strong> conhecimento<br />
<strong>de</strong> modo inovador, 0 neologismo litenirio se distancia dos<br />
<strong>de</strong>mais por nao apresentar uma funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a nao ser para 0 pesquisador. Mais que<br />
qualquer outro, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do contexto intra-lingiiistico para ser entendido. De sua<br />
formayao vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r 0 seu hermetismo, ou 0 seu carater polissernico.<br />
o que teria levado Gilberto Mendonya Teles a uma criayao tao vasta <strong>de</strong><br />
neologismos ern sua obra? Certarnente como instrumento i<strong>de</strong>ol6gico ern Saciologia<br />
Goiana. 12 Nas <strong>de</strong>mais obras, esse procedimento e sentido como uma experiencia <strong>de</strong><br />
linguag<strong>em</strong> na lingua materna. Possivelmente,<br />
uma tentativa <strong>de</strong> tornar mais <strong>de</strong>nsa e, ao<br />
mesmo t<strong>em</strong>po, <strong>de</strong>sdobravel a sua forma <strong>de</strong> dize-la . Vma fragrnentayao do corpo <strong>de</strong><br />
linguag<strong>em</strong>, "para 0 glorificar, para 0 <strong>em</strong>belezar, ou para 0 <strong>de</strong>sm<strong>em</strong>brar, para 0 levar<br />
ate 0 limite <strong>da</strong>quilo que, do corpo, po<strong>de</strong> ser reconhecido, " conforme Barthes (1988).<br />
11 Cf. Estudo <strong>de</strong> Sergio GALLO. In: Poesia & Critica - anto1ogia <strong>de</strong> textos criticos sobre a poesia <strong>de</strong><br />
Gilberto Mendon