digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
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Sobre 0 entendimento <strong>da</strong> dimensao corporal <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Plural <strong>de</strong> Nuvens e &<br />
Cone <strong>de</strong> Sombras, salientamos que, <strong>em</strong> ambos, a sua representayao encontra-se explicita<br />
<strong>em</strong> todos os pIanos. Quando falamos <strong>em</strong> pIanos estamos assim <strong>de</strong>finindo <strong>de</strong>ntro do texto<br />
telesiano tipos <strong>de</strong> incorporayao pela linguag<strong>em</strong>: ao corpo <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> propriamente<br />
dito, ao corpo que escreve e ao corpo f<strong>em</strong>inino inscrito na linguag<strong>em</strong>. 0 trato com tais<br />
pIanos, <strong>em</strong> se tratando <strong>da</strong> poesia <strong>de</strong> Gilberto Mendonya Teles, e sutil e complexo,<br />
<strong>de</strong>vendo ser revisto, portanto, atraves <strong>de</strong> uma breve retrospectiva <strong>de</strong> sua obra poetica.<br />
S6 assim chegar<strong>em</strong>os aos ( <strong>de</strong>s) dobramentos do corpo.<br />
Para penetrarmos nesse corpo <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> elaborado por Gilberto Mendonya<br />
Teles, necessario se faz tomarmos urn termo utilizado por Luiz Busatt0 2 quando diz<br />
sentir neste poeta uma "trepi<strong>da</strong>rao vital" e urn misterio <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> alocados nas palavras,<br />
ca<strong>da</strong> vez mais elabora<strong>da</strong>s, obra ap6s obra. E a palavra telesiana pulsa. Des<strong>de</strong> 1955,<br />
quando, abrindo as "veias ", comeyou por <strong>da</strong>r forma, corporificar a linguag<strong>em</strong>,<br />
tomando-se a urn s6 t<strong>em</strong>po, "voyeur" e ator do seu ate poetico. Ja <strong>em</strong> Planicie ( 1958 ),<br />
po<strong>de</strong>mos perceber que 0 poeta vai formando uma "imag<strong>em</strong>" <strong>de</strong> algo que sabe existir<br />
fora <strong>de</strong>le, como no Soneto do Incontentado 3 e que vai se chegando, alegoricamente,<br />
com trac;:osquase <strong>de</strong>finidos <strong>em</strong> Fabula <strong>de</strong> Fogo ( 1961 ), <strong>em</strong> po<strong>em</strong>a <strong>de</strong> mesmo nome:<br />
"Vens limpi<strong>da</strong> no t<strong>em</strong>po, iluminando<br />
a tristeza <strong>da</strong>s pedras e <strong>da</strong>s arvores.<br />
2 Ver prefacio aos Melhores Po<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Gilberto Mendon