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"as sombras do intervalo." Mas a lingua, para 0 poeta, sera sempre seu objeto de desejo, de seduyao. Por isso e tratada como uma donze1a a ser despida e devorada no fogo do orgasmograma: no prazer de dizer e de acha-la: "Sempre jresca e virente e sempre bela, teu corpo de meu corpo nao se furte ... Quisera ser romdntico, donzela, e amar-te, amer-te, amir-te, amor-te, amur-te". (Intertexto, 102, & Cone de Sombras)
"... a casa semjanelas nem portasera 0 que eu ambicionava. Sem no tempo terminar?" (J. G. Rosa. Tutameia) o espac;o na poetica de Gilberto Mendonc;a Teles esta, por fun, configurado e nomeado. Ja nao ha mais forma nem ser em desatino, como no poema Signo (17), de Plural de Nuvens. Ha uma casa, a "minha casa". Morada do ser e do nome, a casa, com seus compartimentos todos e integrada no tempo, forma uma "rede espa90-temporal", conforme Maingueneau (1995: 130 ), pois "hil lugares que tambem sao tempo". Tal rede atravessa, valendo-se da fimc;ao integradora da cenografia, os varios conjuntos textuais de Plural de Nuvens e & Cone de Sombras, validando urn cenario que, por vezes, remete ao azul do ceu, inatingivel, e outras, ao azul das aguas, ambiente profundo e rnisterioso. o espa90 azul do poeta e, por excelencia, 0 abrigo segura do corpo de linguagem, mas e tambem abrigo do proprio corpo no momento posterior a criayao poetica, posterior tambem ao ato amoroso. E 0 momenta em que 0 corpo e a alma do criador contempla, em plena harmonia, a criatura-ser-de-palavras e a amada restabelecida na calma e silenciosa linguagem do desejo satisfeito. Em Plural de Nuvens, 0 poema Telha de Menos (42) mostra, atraves do uso de express5es farniliares, a casa como urn ser que vive em constante estado de confusao mental: "!vfinha casa tem uma telha de menos e uns macaquinhos brincando no satao ".
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5. HILL, Telenia. A poetizacao da e
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13.BLANCHOT, Maurice. 0 Espaco Lite
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42. LE GUERN, Michel. Semantique de
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