digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A referenciali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
na poetica telesiana <strong>de</strong>senha os limites <strong>de</strong> seu espayo. Por ser<br />
poesia, requer urn outro nivel referencial e, no caso <strong>em</strong> estudo, uma autoreferenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Explicamos: sua poetica e uma constante procura <strong>de</strong>ssa imag<strong>em</strong> <strong>da</strong><br />
mulher-palavra<br />
que se mostra por inteiro com forma e nome, com essencia, 0 que lhe<br />
proporciona<br />
uma exisH~ncia.Todos esses signos combinados contribu<strong>em</strong> para a formayao<br />
<strong>da</strong> gran<strong>de</strong> metafora dos livros <strong>em</strong> estudo, que e a metilfora <strong>da</strong> "mulher -palavra".<br />
Em Gilberto Mendonya Teles a escolha lexica influencia diretamente na<br />
significayao t<strong>em</strong>iltica <strong>de</strong> sua poesia. Para chegar it significayao t<strong>em</strong>iltica a partir <strong>da</strong><br />
significayao conceptual<br />
( referencial ), 0 poeta, ao longo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> po<strong>em</strong>a, vai distribuindo<br />
varios significados associativos que se juntam para representar<strong>em</strong> 0 s<strong>em</strong>-numero <strong>de</strong><br />
nuanyas <strong>de</strong> sentido. Maria Teresa Bi<strong>de</strong>rman (1971: 146) diz que ao significado<br />
conceptual se atrelam 0 que ela <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> "franjas conotativas", isto e, diversos<br />
tipos <strong>de</strong> significados - conotativo, estilistico, afetivo, refletido, <strong>de</strong> colocar;iio - que,<br />
juntos, objetivam atingir to<strong>da</strong> a significayao possivel <strong>de</strong> urn texto, organizando assim a<br />
significayao t<strong>em</strong>atica. Nao quer dizer que a significayao conceptual se enfraqueya<br />
diante dos diversos tipos <strong>de</strong> significayao encontraveis no texto, ain<strong>da</strong> mais que este<br />
representa e reflete a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> senti<strong>da</strong> e ate pressenti<strong>da</strong> pelo autor.<br />
Por ser 0 lexico consi<strong>de</strong>rado urn sist<strong>em</strong>a aberto, 0 poeta apo<strong>de</strong>ra-se <strong>de</strong>le para<br />
criar suas oposiyoes simples ou complexas <strong>de</strong> significayao. A merce <strong>de</strong>le, 0 lexico se vai<br />
expandindo it medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que novos significantes sao criados e novos sentidos sao<br />
produzidos; tais criayoes transformam<br />
0 lexico numa "galilxia <strong>em</strong> expansiio".<br />
Aproveitando a abertura tamb<strong>em</strong>, do texto literario, novos lex<strong>em</strong>as sao<br />
introduzidos, tornando-se impossivel <strong>de</strong>limitar 0 seu campo <strong>de</strong> significayao.