digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

urn elemento referencial peculiar e utilizado em outros poemas, que e 0 signa do poeta,
cancer, tornado neste, como mal incunivel:
"Gota a gota me perco, e e quase nulo
o tempo do prazer: 0 meu cachimbo,
a rima recorta - nuvem, ingua,
o cancer de algum signo que acumulo".
o silencio marca, portanto, 0 espayo do des-encontro amoroso, mas tambem
marca a possibilidade da reativayao do desejo que, como 0 proprio silencio, nao se
esgota. Ao contnm.o incita it decifrayao. Por isso 0 poeta internaliza tudo 0 que e lindo,
para no momento do desencontro
tambem silencioso e desarticulado
valer-se dessa imagem e apelar para 0 auto-erotismo,
pela lingua, mas articulado pelo gesto:
"Gota a gota te aceno, e vou saindo
de denfro de feu nome: levo um trac;o
uma coisa qualquer na mao canhota".
Esse silencio que 0 impede de conhecer as profundezas
do ser ferninino tambem
no texto se encontra presente. E 0 que Octavio paz denornina de "zona de silencio"
em poesia, e que Gilberto Mendonya Teles repete no poema ReunHio (83), de & Cone
de Sombras, 0 poema sendo, no caso, "um organismo produtor de silencios". Para ele,
o amor, como a festa ea poesia saD tipos de comunicayao concreta, indizivel quando
tornados comunhao. Pela fusao, hci 0 contato com 0 mais profunda do ser amado,
contato este que Gilberto Mendonya Teles traduz em sua poesia:
"Resta 0 ins6lito
de teu silencio, 6 zona de poesia"
Se Bachelard ( 1988: 18 ) tinha por urn de seus sonhos "reabrir, nas pr6prias
palavras, profulldezas femininas", este, Gilberto Mendonya Teles 0 conseguiu em sua