21.05.2014 Views

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

"a beleza <strong>da</strong>s coisas s<strong>em</strong> palavras,<br />

<strong>de</strong>ssas coisas que viv<strong>em</strong> como se estivess<strong>em</strong> voando<br />

para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si mesmas. "<br />

Ou ain<strong>da</strong>, urn Sonh<strong>em</strong>a (56), sonho e po<strong>em</strong>a construido na "noite" "umi<strong>da</strong> e<br />

fragmenta<strong>da</strong>", como 0 mundo que "an<strong>da</strong> agora <strong>de</strong> pernas para 0 ar. "<br />

Sobre Plural e Nuvens e sua t<strong>em</strong>atica amorosa, Darcy Franya Den6frio (1997) diz<br />

ser este livro <strong>de</strong> Gilberto Mendonya Teles, urn livro <strong>de</strong> amor, cuja revelayao se <strong>da</strong> <strong>de</strong> tres<br />

modos: "0 <strong>de</strong>finitivo, 0fortuito e 0 contingente". 0 fortuito, percebido pela forte carga<br />

er6tica; 0 <strong>de</strong>finitivo, pela referencia a mulher do poeta e, 0 contingente representado<br />

numa parte dos po<strong>em</strong>as on<strong>de</strong> 0 amor se apresenta s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scontinua, nunc a<br />

completa<strong>da</strong>. Consi<strong>de</strong>ramos que essa tripartiyao <strong>em</strong> uma t<strong>em</strong>litica (mica ja provoca, por<br />

si, uma fragmentayao.<br />

0 amor se <strong>da</strong> ao poeta <strong>em</strong> diversos estagios e 0 seu envolvimento<br />

erotico esta, logicamente, mais centralizado, ou servindo <strong>de</strong> ponte, entre 0 amor fortuito<br />

e 0 contingente, pois que 0 <strong>de</strong>finitivo e uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong> absoluta, encontrando-se protegido<br />

pelo espayO azul <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do poeta.<br />

Em Plural <strong>de</strong> Nuvens 0 amor v<strong>em</strong> pnmelro <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> torna<strong>da</strong> nome,<br />

existindo, sendo corpo <strong>de</strong> palavra. Depois, a palavra e mulher que se <strong>de</strong>bruya no ceu azul<br />

<strong>da</strong> criayao poetica telesiana, que se espraia pela casa <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vidro transparente<br />

como a agua, mas obscura como a noite e suas sombras <strong>de</strong> medo e angustia vin<strong>da</strong>s pela<br />

seus <strong>de</strong>sejos, dividido entre a jaculatoria e a ejaculayao. Dessa alianya permanente, 0 que<br />

tern sentido e pronunciado ou prenunciado. De modo que Maria, a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> absoluta <strong>em</strong><br />

sua poesia, entra <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> transformayao. E no ate <strong>de</strong> pronuncia-la<br />

amorosamente, 0 que era uno fragmenta-se pelo excesso <strong>de</strong> paixao, pelo incendio dos<br />

corpos e pela morte e renascer do <strong>de</strong>sejo que resiste aos contra-sensos. A retira<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong> absoluta <strong>de</strong>ixa <strong>em</strong> aberto 0 espayO do sonho que transbor<strong>da</strong> <strong>da</strong> alma do poeta<br />

que se faz reconhecer pela ponta <strong>da</strong> lingua ou dos <strong>de</strong>dos e entao passa a tatear e<br />

arquitetar outras marias - musas, secretarias, aeromor;:as, meninas luminosas - e a<br />

<strong>de</strong>soculta-las nas entrelinhas do corpo <strong>de</strong> uma linguag<strong>em</strong> her6itica, comprometi<strong>da</strong> com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!