A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
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importante personagem da história de Penedo, e que mais tarde<br />
seria a idealizadora e executora de um museu de Penedo, além<br />
de autora de importante registro da memória da colônia.<br />
Ao chegar à fazenda Hildén (1989) ficou deslumbrada com<br />
a paisagem, com as montanhas e especialmente com o rio. Logo<br />
passou a tomar banhos nele, aproveitando suas águas cristalinas.<br />
O pátio defronte ao casarão e as primeiras plantações, com<br />
moças finlandesas tratando de tomates e verduras, logo lhe<br />
chamaram a atenção, assim como as mangueiras e<br />
jabuticabeiras, que eram algumas das poucas árvores existentes,<br />
sendo novidades para a jovem finlandesa.<br />
Em seu livro sobre Penedo Eva Hildén (1989) conta como<br />
foi sua vinda para o Brasil. A despedida em Helsinki foi numa<br />
reunião com muitas pessoas, inclusive o Pastor Pennanen, em<br />
um salão onde os viajantes, cerca de trinta incluindo duas<br />
crianças, subiam em um palco, para receber os aplausos de<br />
todos. Essas crianças eram realmente um grande atrativo, por<br />
serem as primeiras a irem para Penedo.<br />
Eles vieram a bordo do navio Rügen, que saiu do porto de<br />
Helsinki e atravessou o Báltico até a Alemanha, e dali o grupo<br />
pegou um trem até Hamburgo, de onde partia o navio para o Rio<br />
de Janeiro. Ao chegar ao Rio, pegaram o trem que parava na<br />
Estação Marechal Jardim, onde o caminhão da fazenda os<br />
esperava, onde as mulheres e as crianças foram instaladas<br />
(HILDÉN, 1989).<br />
O próximo grupo a chegar, o quarto, era menor, com sete<br />
pessoas, e vieram no navio Massilia, que chegou em 25 de<br />
setembro de 1929. Nele estava Akseli Viktor Lehtola, que vinha<br />
com sua esposa, Aleksandra (Sanni) e sua filha Eila. Ele tinha 42<br />
anos, Sanni 37 e Eila 13 anos, e era natural de Tampere, onde<br />
havia trabalhado como sapateiro antes de concluir curso de<br />
construtor e desenhista de arquitetura, quando começou a<br />
construir casas na região. Eila Ampula (1997) conta em seu livro<br />
que seu pai praticava ginástica em sua cidade, Tampere,<br />
participando do grupo do Clube Tampereen Yritys, e era também<br />
ator em um teatro amador, além de tocar violino e acordeão.<br />
A família Lehtola soube do projeto de Uuskallio pelos<br />
jornais, interessando-se pela idéia, especialmente devido aos<br />
problemas de Eila com estudos, e com a vontade de buscar um<br />
melhor clima para viver. Lehtola foi o grande construtor de<br />
Penedo em seus primeiros anos, devido aos seus conhecimentos<br />
técnicos, e segundo Fagerlande (1999b) ele fez os desenhos das<br />
casas e as construiu, seguindo as idéias de Uuskallio.<br />
Outro grande grupo a chegar, o quinto, chegou em 16 de<br />
outubro de 1929, pelo navio Lutetia, e o último grande grupo a<br />
chegar em 1929 foi pelo mesmo navio, chegando em 27 de<br />
novembro ao Rio. Nesse navio chegou Matts Bertell, o patriarca<br />
de sua família, que era a mais numerosa a vir para Penedo. Com<br />
71 anos era o mais velho dos imigrantes, e conheceu as idéias de<br />
Uuskallio através de seu filho<br />
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