29.10.2014 Views

A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ

A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ

A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Algumas outras iniciativas foram feitas para se conseguir<br />

produtos que ajudassem a sustentar a colônia. Harry e Gotte<br />

Bertell, juntamente com Akseli Lehtola, resolveram fabricar<br />

bengalas e móveis, aproveitando moirões antigos que existiam na<br />

fazenda. Parte desses produtos, especialmente as bengalas, foi<br />

levada por Nurmi para serem vendidas na Finlândia, mas<br />

iniciativas como essas eram quase sempre mal sucedidas<br />

(VALTONEN, 1998).<br />

Valtonen (1998) fala que ele e Aartelo começaram a vender<br />

ovos em 1932, ganhando algum dinheiro, e com esse dinheiro<br />

compraram quatro éguas para montaria. Uuskallio não achava<br />

adequado criar coelhos e galinhas, mas aceitou, pois os demais<br />

serviços estavam sendo feitos a contento.<br />

Muitos dos integrantes da colônia começavam a trabalhar<br />

por sua conta, como conta Valtonen (1998), que fala dele e Kalle<br />

(Pekkala) terem oito homens trabalhando para eles nesse<br />

período, quando ele limpava em volta das jabuticabeiras, junto à<br />

casa de Lehtola, onde eles estavam morando, para o cultivo de<br />

mudas, e que Suni também estava fazendo seu viveiro de mudas.<br />

Em 1934 Iivari Munne e família se mudaram para Austin, na<br />

Baixada Fluminense, onde foram cuidar de um laranjal do cônsul<br />

sueco Olsson, e mais tarde foram para Queimados, onde tiveram<br />

seu próprio sítio de plantação de laranjas, ali ficando até a crise<br />

da laranja, na época da guerra. Munne ia a Penedo em seu<br />

caminhão buscar enxertos para vender, criando um dos negócios<br />

que sustentou a colônia durante muitos anos (FAGERLAN<strong>DE</strong>,<br />

1996). Valtonen (1998) fala que Sipilä também passou a ser<br />

vendedor das mudas de laranjeiras, com sucesso, e que levava<br />

as mudas para um depósito em Queimados, onde realizava suas<br />

vendas. Era um momento em que a Baixada Fluminense era um<br />

grande pólo produtor de laranjas, e necessitava de mudas, que<br />

eram produzidas em outros locais, como Penedo.<br />

4.7 DIFICULDA<strong>DE</strong>S <strong>DE</strong> IMIGRAÇÃO<br />

Nos anos 1930 a imigração estava sendo muito dificultada<br />

em todo o mundo, inclusive no Brasil. Era cada vez mais difícil<br />

para finlandeses virem para a colônia, com as dificuldades<br />

impostas pelo governo brasileiro. Além disso, a situação<br />

financeira de Penedo se agravava, e no ano de 1934 quase não<br />

chegaram imigrantes para a colônia. Vieram apenas oito pessoas,<br />

sendo quatro componentes da organização da colônia na<br />

Finlândia, Mustonen, Suova, Lalla e Nurmi, além de Toivo Suni<br />

que mais uma vez retornava ao Brasil, Siiri Silfver, que vinha<br />

isoladamente para Penedo, e mais dois irmãos, Heikki e Toivo<br />

Rautiainen.<br />

Quatro integrantes da organização Amigos de Penedo<br />

vieram juntos no navio Mercator, de Helsinki, chegando em 21 de<br />

agosto de 1934. Yrjö Mustonen, que voltava a Penedo; Isak A.<br />

Suova, com 53 anos, que era professor; Alfred Lalla, que tinha 59<br />

anos e se declarara lavrador, além de Väinö Nurmi, que estava<br />

132

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!