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A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ

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Lahteenmäki (1979) relata que Uuskallio iniciou sua busca<br />

em bibliotecas, procurando dados sobre locais exóticos, como as<br />

Ilhas Samoas, ou a Amazônia, no Brasil. Valtonen (1998) também<br />

conta que Uuskallio pensava em ir para as Ilhas Samoas, nos<br />

mares do sul, e em suas palestras contava sempre das<br />

maravilhas da vida nos trópicos. Mas como essas ilhas eram<br />

muito pequenas, ele preferiu o Brasil, que pelo seu tamanho e<br />

com mais terras disponíveis poderia receber muitos finlandeses.<br />

Segundo Valtonen (1998), ele sempre dizia nas palestras que “a<br />

Finlândia é terra de lobos e ursos”, e que Deus havia criado o<br />

país para esses animais, não para os homens. O paraíso seria<br />

“como as Ilhas Samoas, com frutas saborosas e nutritivas”<br />

(UUSKALLIO, apud VALTONEN, 1998, p.23).<br />

Melkas (1999) confirma o que Valtonen fala sobre as Ilhas<br />

Samoas, dizendo que Uuskallio pesquisava em livros de<br />

geografia, e percebeu que seria inviável ir para essas ilhas por<br />

serem muito distantes, e que os finlandeses não conseguiriam<br />

chegar lá. Aparentemente a segunda opção era a Austrália, e<br />

somente em terceiro lugar estava a América (MELKAS, 1999).<br />

Segundo Melkas (1999) os finlandeses sabiam muito pouco<br />

a respeito do Brasil. A relação oficial entre os países teve início<br />

em 1919, quando o país, seguindo a maioria das demais nações,<br />

reconheceu a independência da Finlândia, ocorrida em 1917, e no<br />

mesmo ano foi criada a representação diplomática do novo país<br />

independente na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal.<br />

Entre as influências sobre a vinda ao Brasil Melkas (1999)<br />

fala que a presença de Heikel no Paraguai pode ter influenciado<br />

Uuskallio, apesar de este insistir para irem para aquele país.<br />

Parno (apud MELKAS, 1999) conta que Uuskallio interessou-se<br />

pelo Brasil ao encontrar Juhani Tikka, um finlandês que havia<br />

estado aqui em 1923, com um grupo de nove pessoas. Tinham<br />

sido oferecidas a ele terras, mas a experiência não havia sido<br />

bem sucedida, e Tikka continuou sua procura por outras fazendas<br />

para trabalhar, especialmente no estado de São Paulo. Como não<br />

teve sucesso na empreitada, Tikka voltou para a Finlândia em<br />

1926. Sua participação no projeto de Uuskallio é nebulosa, com<br />

poucas referências em arquivos pesquisados por Melkas (1999).<br />

Um desses documentos é uma carta de Suni de 22 de abril de<br />

1927, onde é descrita a possibilidade de Uuskallio e Tikka<br />

trabalharem juntos no Brasil, falando que este iria com eles fundar<br />

a colônia futura, indicando ainda a possibilidade de obtenção de<br />

terras gratuitas no Brasil, através de órgãos governamentais.<br />

Tikka não havia enterrado seu sonho de viver no Brasil,<br />

apesar de suas más experiências. Seu grupo passou a divulgar<br />

propaganda negativa sobre o que havia acontecido, dizendo que<br />

o Brasil era perigoso e ruim para se viver. Segundo Melkas<br />

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