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A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ

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(FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1998a) e no livro de Melkas (1999), como<br />

anexo 98 .<br />

Inicialmente, aparece a descrição da divisão dos lotes, num<br />

total de 250 unidades, e do tamanho de cada um, 14 hectares. O<br />

Projeto indica ainda a divisão entre lotes de cultivo e de<br />

habitação, além de lote de floresta. É importante salientar que é<br />

comum ainda hoje na Finlândia existirem lotes de florestas, sem a<br />

possibilidade de construção neles. A habitação está vinculada ao<br />

cultivo, dentro de um mesmo lote. Outro item fala que os lotes<br />

deveriam ser na parte dos vales e colinas, e não na serra, onde<br />

estão as florestas. Fala ainda que por ser uma comunidade<br />

vegetariana, não haveria a necessidade de cercas, pois não<br />

haveria presença de animais.<br />

O segundo item fala da questão da propriedade, citando a<br />

presença da usina elétrica e dizendo que essa usina e demais<br />

construções permaneceriam coletivas. Provavelmente seriam as<br />

construções existentes da fazenda. Em outro item fala que os<br />

recursos hídricos também permaneceriam coletivos, sendo seu<br />

uso decidido em benefício de toda a coletividade, e mais adiante<br />

fala que as máquinas e veículos serão de propriedade coletiva.<br />

98 A tradução de Fagerlande foi feita diretamente de documento original<br />

datilografado, de sua propriedade, e o documento de Melkas encontra-se em<br />

arquivo na Finlândia, e trata-se de impresso da época. Os dois são praticamente<br />

idênticos, com a troca da ordem de alguns itens e com o de Melkas com mais<br />

um ítem, o vigésimo. Preferimos trabalhar com o impresso que se encontra na<br />

Finlândia, por ter mais certeza de sua origem, e ser completo.<br />

Um item importante era o do preço dos lotes, que aparece<br />

em seguida, pois explica a situação de cada colono, pois alguns<br />

vieram para a colônia tendo comprado seu lote com dinheiro, e<br />

outros viriam para trabalhar, e assim adquirir suas terras. Em<br />

outro trecho do documento aparece a vinculação dos lotes à<br />

coletividade, pois fala que a administração da colônia terá<br />

preferência na aquisição destes. Esse item serviu para<br />

integrantes como Matti Toro comprarem suas terras, de acordo<br />

com sua filha Irja Toro (apud FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1999b).<br />

Novo item que fala das florestas menciona as decisões em<br />

assembléia para assuntos comunitários, e de que o uso da<br />

madeira seria coletivo, vindo de áreas comuns de florestas.<br />

Dessa maneira, fica confusa a questão da propriedade das terras<br />

de floresta, que nesse item 5 aparecem como coletivas. Não se<br />

consegue precisar até que ponto esses lotes seriam<br />

individualizados.<br />

Em diversos trechos aparece a descrição de estradas e<br />

pontes, e que os lotes melhores seriam aqueles junto às estradas<br />

e rios. A preocupação com a infra-estrutura é bastante clara, pois<br />

na Finlândia tinha-se como ponto importante do empreendimento<br />

a facilidade de acesso à colônia. Essa seria uma das vantagens<br />

da compra da Fazenda Penedo. Havia o cuidado de mostrar que,<br />

mesmo ainda em execução, a fazenda contaria com facilidades<br />

importantes para a vida dos finlandeses que ali se instalassem.<br />

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