A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
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Penedo, mostrando como a colônia incentivava a saúde e o bem<br />
estar de todos (Figura 38). Mens sana in corpore sano (mente<br />
saudável em corpo saudável) era um dos lemas de Uuskallio e<br />
seus seguidores, pois a ginástica era um elemento muito<br />
importante dentro de suas idéias e de seu círculo naturalista na<br />
Finlândia, e a divulgação dessa atividade era importante para<br />
demonstrar as aplicações dessa idéias na colônia<br />
(FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1998a).<br />
Os banhos de rio e cachoeiras eram muito comuns, e todos<br />
apreciavam bastante, sendo também momentos de<br />
confraternização e descanso, em meio à vida de trabalho intenso<br />
da colônia. Dessa maneira, além de estarem junto à natureza,<br />
lembravam a terra natal, com seus rios e lagos (Figura 40).<br />
4.5.4 NOVOS GRUPOS CHEGANDO<br />
No ano de 1931 ainda chegou a Penedo um grupo<br />
considerável, com 25 pessoas 61 . Algumas, como Lilli Bertell,<br />
vinham se juntar às suas famílias que aqui estavam, e por outro<br />
lado chegavam famílias inteiras, como era o caso dos Tammela e<br />
dos Savón. Outras famílias vieram nesse período, como os Lalla,<br />
os Kurkki, as irmãs Skarp, os Braf e o retorno para Penedo dos<br />
Suni, que foram e voltaram diversas vezes (FAGERLAN<strong>DE</strong>,<br />
1998a).<br />
61 Melkas (1999) fala da chegada de 27 pessoas em 1931.<br />
Em 1932 chegaram poucas pessoas da Finlândia,<br />
constando das listas de chegada apenas quatro pessoas 62<br />
(FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1998a). Valtonen (1998) conta que viriam<br />
quarenta pessoas para Penedo, mas o consulado brasileiro na<br />
Finlândia só autorizou a vinda de onze pessoas por ano. Dessa<br />
maneira, a mão de obra na colônia ficou escassa, preocupando<br />
Uuskallio e agravando a situação econômica da colônia (HILDÉN,<br />
1989). O número de emigrantes saídos da Finlândia entre os<br />
anos de 1931 e 1939 foi bastante restrito, mesmo para outros<br />
países como os Estados Unidos e Canadá (ENGELBERG, 1942).<br />
Entre as pessoas que chegaram estava Niilo Valtonen, filho<br />
de Eino Valtonen, um dos Amigos de Penedo na Finlândia, e<br />
investidor no empreendimento. Ele conta que seu pai o havia<br />
mandado para verificar como seu dinheiro estava sendo aplicado<br />
em Penedo, e ele chegou ao Brasil em 08 de maio de 1932, no<br />
navio Mercator (VALTONEN, 1998; LAHTEENMÄKI, 1979). Ao<br />
chegar participou das atividades normais, tanto dos trabalhos<br />
como das atividades sociais, mas por não ser vegetariano<br />
convicto era bastante crítico em relação às regras de Uuskallio,<br />
como se percebe em seus textos.<br />
Participou de atividades que fugiam às normas, como o<br />
“Café da Meia Noite”, nome dado quando, proibidos de beber<br />
café, os jovens iam para o estábulo, escondido, e faziam café<br />
para tomarem juntos (VALTONEN, 1998). Niilo Valtonen<br />
62 Idem (1999) fala da chegada de 7 pessoas em 1932.<br />
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