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A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ

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nos EUA criados por grupos religiosos, experiências baseadas<br />

em conceitos religiosos de busca do paraíso terrestre, e outras<br />

mais voltadas aos ideais não religiosos. Sorkin (1992) fala da<br />

importância das experiências utópicas para o desenvolvimento do<br />

urbanismo, citando os exemplos americanos e a influência desse<br />

pensamento para “desenvolver a atmosfera de renovação e<br />

reforma, com conseqüências sobre o urbanismo” (SORKIN, 1992,<br />

p. 211).<br />

As experiências de colônias utópicas no Brasil foram<br />

bastante raras. Após as Missões Jesuíticas, especialmente as do<br />

sul do Brasil, podem ser consideradas principalmente a Colônia<br />

Cecília, experiência anarquista e socialista ocorrida no sul do<br />

Paraná entre 1890 e 1894 estudada por Candido de Mello Neto<br />

(1998), a formação de Canudos de Antônio Conselheiro, ocorrida<br />

entre 1893 e 1897 e bem descrita por Walnice Nogueira Galvão<br />

(2002), e o Falanstério do Sahy, estudado por Raquel S. Thiago<br />

(1995). Diferentes entre si, esses núcleos urbanos tem suas<br />

origens de mesma maneira ligadas as ideais de liberdade e vida<br />

comunitária, apesar de diferirem profundamente com relação às<br />

posições religiosas, mas demonstram o caráter mundial das<br />

idéias utópicas alcançando o Brasil.<br />

METODOLOGIA DA PESQUISA<br />

O estudo de Penedo foi feito através da analise de<br />

fotografias, escrituras e mapas antigos, além de relatos de<br />

antigos moradores e fundadores, através de livros, cartas e<br />

diários. Algumas pesquisas realizadas também auxiliaram o<br />

trabalho, inclusive a respeito da chegada dos imigrantes nos<br />

navios a vapor (FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1996), com dados coletados no<br />

Arquivo Nacional e em arquivos finlandeses (MELKAS, 1999). A<br />

caracterização desse grupo, de como eram os seus integrantes,<br />

além de como foi realizada sua formação na Finlândia, e de como<br />

as idéias vegetarianas e naturalistas na Finlândia daquele<br />

momento, juntamente com o pensamento de Toivo Uuskallio<br />

influíram nesses processos de agrupamento inicial.<br />

Alguns pioneiros de Penedo deixaram suas memórias<br />

escritas em livros, cartas e diários, como é o caso de Nilo<br />

Valtonen (1998), Eila Ampula (1997) e Ethel Bertell Fagerlund<br />

(apud FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1996). Outros escreveram sobre a história<br />

de Penedo, como Eva Hildén (1989), Teuvo Peltoniemi (1986) e<br />

Olavi Koivukangas (2005) e outros, como Alva Fagerlande (1996,<br />

1998a) e Eevaleena Melkas (1999) pesquisaram mais a fundo,<br />

buscando dados em diversos arquivos. Além de utilizar suas<br />

próprias memórias de nativo e morador da colônia, Fagerlande<br />

pesquisou nos arquivos brasileiros a respeito de chegadas de<br />

navios, junto a familiares de antigos moradores e entrevistou os<br />

remanescentes dos pioneiros, como Liisa Uuskallio, Eva Hildén,<br />

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