A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Figura 43 - Foto Casamento Brusi, em agosto de 1933. Grupo sob mangueira no<br />
jardim da Casa Grande<br />
Fonte: Álbum Ethel Bertell Fagerlund<br />
inglesa. As lições aconteciam após os trabalhos diários, e era<br />
uma tarefa muito difícil para todos (SIPILÄ, 1979). Ampula (1997)<br />
fala que Laura Suni dava aulas para as crianças, pois não havia<br />
escola na colônia, e ela era professora. À noite liam-se livros e<br />
revistas finlandeses, de uma pequena biblioteca da colônia, e<br />
alguns aproveitavam o tempo para escrever para sua terra natal<br />
(HILDÉN, 1989).<br />
Outra atividade comum no casarão eram os cultos. Hildén<br />
(1989) fala de cultos aos domingos, em que se lia a bíblia,<br />
cantavam-se hinos religiosos e Uuskallio discursava. Havia<br />
Figura 44 - Grupo com instrumentos musicais, sob palmeira, no Jardim da Casa<br />
Grande [ca. 1930].<br />
Fonte: Álbum Ethel Bertell Fagerlund<br />
sempre debates, muitas vezes acalorados, e de fundo ideológico<br />
ou religioso.<br />
Todas as atividades eram centradas no casarão, fossem<br />
nos salões internos ou no pátio externo. Lá era o centro da<br />
colônia, até mesmo por ser a única edificação em condições de<br />
exercer tais funções. A vida comunitária de Penedo suscitou<br />
boatos na Finlândia (PELTONIEMI, 1986) de que o assentamento<br />
era um kolkhoz, onde tudo era coletivo, inclusive as mulheres.<br />
Assim era importante a divulgação de fotos e relatos positivos,<br />
para mostrar as intenções sociais e religiosas da colônia. Essa<br />
diferenciação entre o coletivismo comunista e uma sociedade<br />
125