A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
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textos de Pennanen (1929) uma preocupação em mostrar que a<br />
colônia se situa em local de fácil acesso, com bons transportes<br />
por trem. Ele também sempre fala que seu líder é uma pessoa<br />
muito competente em sua área, de produção agrícola, para<br />
desfazer eventuais preocupações com o destino da colônia, pois<br />
havia uma grande divulgação na Finlândia a respeito de colônias<br />
mal-sucedidas na América do Sul. Melkas (1999) também<br />
questiona a propaganda tão intensa feita para uma colônia tão<br />
pequena, lembrando que havia uma grande necessidade de<br />
capital para a realização do empreendimento, e também a<br />
concorrência com outras colônias, com Viljavakka, na República<br />
Dominicana, e Villa Alborado, no Paraguai, que estavam<br />
ocorrendo ao mesmo tempo e com possíveis candidatos a<br />
emigrantes de perfil bastante semelhantes.<br />
3.7 OS SEGUIDORES DO PROJETO<br />
Enquanto no Brasil Toivo Uuskallio e seu pequeno grupo<br />
procuravam pela fazenda onde seria instalada a colônia, na<br />
Finlândia Pennanen fazia um trabalho de seleção dos candidatos<br />
a formar o primeiro grupo de imigrantes (HILDÉN, 1989). A viagem<br />
desse grupo de 28 pioneiros foi em navio que os levou até a<br />
Alemanha, e dali um outro vapor partiria para o Brasil. A saída do<br />
porto de Helsinki foi em 15 de maio de 1929, no navio alemão<br />
Nordland, e a chegada no Rio de Janeiro deu-se em 16 de junho<br />
do mesmo ano.<br />
Como a bagagem não poderia exceder 60 kg, havia uma<br />
lista dos objetos essenciais a serem levados. Homens deveriam<br />
levar ferramentas como barras de ferro, machados, enxadas e<br />
apetrechos de horticultura, e as mulheres levariam utensílios de<br />
cozinha, cobertor de lã e algodão, lençóis, saco para colchão e<br />
travesseiro. Era indicado ainda levar roupa de baixo, roupas de<br />
trabalho de algodão, calção debanho e maiô, um roupão de pano<br />
felpudo, além de roupa social de linho, ternos para os homens e<br />
vestido para as mulheres (HILDÉN, 1989).<br />
Na noite antes da viagem todos se reuniram no salão de<br />
festas do Clube Feminino em Helsinki (Figura 20), onde<br />
Pennanen fez um discurso de encorajamento, indicando a nova<br />
vida que todos teriam, e a missão de todos em ajudar a<br />
humanidade a encontrar um caminho melhor (HILDÉN, 1989). De<br />
acordo com Fagerlande (1998a) não existe registro em Penedo<br />
da chegada dos pioneiros, mas pesquisa realizada em arquivos<br />
da chegada de navios indica que de 01 de setembro de 1927 até<br />
16 de outubro de 1940 chegaram ao porto de Rio de Janeiro 321<br />
finlandeses, sendo 208 registrados como imigrantes. O maior<br />
fluxo foi no ano de 1929, com a chegada de 122 colonos. Em<br />
1930 foi registrada a chegada de 21 pessoas, em 1931 vieram 23,<br />
e a partir desse ano foram poucas as entradas, sendo que em<br />
1938 chegaram 19 imigrantes.<br />
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