29.10.2014 Views

A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ

A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ

A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

entrada da AMAN 71 , em Resende. Como não entendia de<br />

plantações, chamou Valtonen para trabalhar com ele, e lá<br />

plantaram laranjeiras, abacaxis e morangos, além de verduras e<br />

tomates (VALTONEN, 1998).<br />

Nesse ano de 1937 chegam ao porto do Rio de Janeiro<br />

nove imigrantes para Penedo, entre ele alguns antigos moradores<br />

que retornavam, como era o caso de Lehtola, Suni, Ethel Bertell<br />

Fagerlund e Hulda Brusi.<br />

Valtonen (1998) fala que ficou doente nesse período, e foi<br />

se tratar na pensão, onde passou a ser cuidado por uma<br />

finlandesa que tinha acabado de chegar. Ela fazia o serviço da<br />

casa, cozinhava, lavava, arrumava e punha a mesa. Eles se<br />

casaram na Páscoa daquele ano, e como havia na colônia onze<br />

solteiros, e somente uma mulher solteira, ele foi considerado<br />

como uma pessoa sortuda. A noiva, Maija, era viúva e mais velha<br />

que Niilo. Nascida em Haukivuori, tinha um armazém na<br />

Finlândia, tornando-se depois costureira, trabalho com o qual<br />

juntou dinheiro em Viipuri para vir para o Rio de Janeiro.<br />

O casamento teve vinho, carne de porco, pão e carne, e<br />

mesmo não sendo uma grande festa, foi motivo de grande<br />

comemoração na colônia (VALTONEN, 1998). Depois do<br />

casamento eles foram morar na casa que era de Lehtola, onde<br />

71 Segundo BOPP (apud FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1998a) em 29 de junho de 1938 houve<br />

o lançamento da pedra fundamental da Universidade Militar de Agulhas Negras,<br />

que somente seria inaugurada em 11 de março de 1944, como Academia Militar<br />

de Agulhas Negras.<br />

começaram a criar galinhas. Valtonen (1998) conta que nesse<br />

momento escolheu um lote junto a Asikainen, onde mais tarde<br />

construiria sua casa.<br />

Outra família a chegar nesse período foi a dos Rouhe<br />

(FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1998b). Logo compraram a antiga propriedade<br />

de Albert Käriä em Marechal Jardim, onde foram morar, no<br />

terreno vizinho aos Bertell. Ali ergueram sua casa, com sala, dois<br />

quartos e cozinha, além de uma sauna em edificação separada.<br />

Compraram logo um automóvel, que acabou confiscado pelo<br />

governo na ocasião do início da guerra 72 .<br />

Nesse movimento entre os dois países, Lehtola voltou da<br />

Finlândia em 15 de novembro de 1937 (FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1996), e<br />

de acordo com Valtonen (1998) trouxe muitos discos e um<br />

gramofone. Assim, aos sábados se faziam bailes no terreiro de<br />

café em frente ao casarão. As danças eram comentadas na<br />

colônia durante toda a semana, uns a favor e outros contra, mas<br />

sempre com a presença de muitas pessoas.<br />

Quando começou a temporada das chuvas, o baile passou<br />

a ser no salão do pavimento inferior do casarão, onde havia a<br />

mesa de bilhar. Sanni, esposa de Lehtola, passou a levar<br />

bebidas, o que foi mais um problema na colônia. Uuskallio<br />

aprovou as danças, pois Lehtola o convenceu de que era<br />

saudável, mesmo condenando o álcool (VALTONEN, 1998).<br />

72 A Finlândia entrou na Segunda Guerra como aliada dos alemães e, portanto,<br />

do lado oposto do Brasil. Dessa maneira os finlandeses tiveram alguns<br />

problemas, e estiveram sob vigilância durante esse período.<br />

137

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!