A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
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Niilo Valtonen e Lilli Bertell Munne. Fagerlande (1996) também<br />
teve também a preocupação em registrar não somente em livros<br />
e traduções, mas em desenhos, fotos e projetos de antigas casas,<br />
o máximo da história do lugar. Melkas fez sua pesquisa em<br />
arquivos finlandeses, pesquisando gravações com antigos<br />
moradores, cartas e revistas.<br />
O Projeto Habitacional, mesmo não tendo a forma de um<br />
mapa, descreve os itens que seriam usados para a estruturação<br />
física e conformação urbana da colônia, mostrando as diretrizes<br />
que foram seguidas. Foi importante estudar seus itens,<br />
observando o que foi realizado e quais suas intenções formais.<br />
Através da análise comparativa entre fotos antigas,<br />
escrituras, relatos, mapas antigos e descrições contidas em livros,<br />
foi possível desenhar mapas que demonstraram como se deu a<br />
evolução do lugar com a datação das construções das primeiras<br />
casas e das vias de acesso. Trata-se de material que possibilitou<br />
formar um painel do desenvolvimento do lugar em seus tempos<br />
de colônia utópica, entre 1929 e 1942.<br />
Os mapas, feitos para diversos períodos, serviram para se<br />
estudar o desenvolvimento da formação urbana, possibilitando<br />
analisar como se deu o crescimento da colônia. Foram<br />
observados os tipos de construção, ocupação do solo, e de como<br />
foi a implantação do Projeto Habitacional. Os desenhos são<br />
referentes aos anos mais significativos, como dois da situação em<br />
1929, um antes da compra da fazenda e outro no final do mesmo<br />
ano. O terceiro mapa mostra a situação em 1935, ano do Grupo<br />
Kaleva, quando teve início o desmembramento da fazenda. Além<br />
desses foi feito ainda um mapa de Penedo em 1939, um dos<br />
derradeiros anos da colônia utópica. Nesse ano foram<br />
construídas as últimas casas dentro desse movimento<br />
O estudo da formação de Penedo leva em conta o conceito<br />
de forma urbana formulado por Rossi (2001, p. 1) logo na<br />
introdução de seu livro “A Arquitetura da Cidade”:<br />
Ao falar de arquitetura não pretendo referir-me apenas à<br />
imagem visível da cidade e ao conjunto das suas arquiteturas,<br />
mas antes à arquitetura como construção. Refiro-me à construção<br />
da cidade no tempo.<br />
A formação da colônia não foi tratada somente como um<br />
projeto a ser implantado, mas de uma cidade vivida pelos que a<br />
criaram, seus moradores, pessoas que marcaram o lugar com<br />
suas histórias pessoais, com suas vivências. O estudo da história<br />
e da memória de um lugar e de seus habitantes é uma busca pela<br />
reconstrução de sua existência, e de como a vemos a partir do<br />
nosso conhecimento atual, como fala Le Goff (1984, p.163).<br />
O passado é uma construção e uma reinterpretação constante e<br />
tem um futuro que é parte integrante e significativa da história<br />
A cidade foi vista como um elemento vivo, que deixou uma<br />
história não somente em suas pedras, mas em suas fotografias,<br />
árvores, rios, suas pessoas e casas, festas e comemorações,<br />
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