A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
A UTOPIA E A FORMAÇÃO URBANA DE PENEDO - UFRJ
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Figura 39 - Foto de Ceia de Natal em Penedo [194-]. A árvore com velas é<br />
similar àquela descrita por Jouskari, trazida em 1930 da Finlândia.<br />
Fonte: Álbum Martti Aaltonen 01<br />
Muitas atividades eram feitas em conjunto, dentro da idéia<br />
de comunidade, e o coral era parte importante da vida social da<br />
colônia. Jouskari conta (apud FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1999b) que, ao<br />
chegar em pleno dia de Natal, em 1930, o coral regido por<br />
Lehtonen cantava músicas tradicionais finlandesas, causando<br />
forte impressão aos viajantes. Mesmo tendo aderido à colônia<br />
sem um conhecimento prévio de seus ideais, a chegada a<br />
Penedo causou um forte impacto em Lyyli Jouskari.<br />
No dia de Natal de 1930 chegou a nossa caravana à frente da<br />
Casa Grande de Penedo. Éramos seis pessoas, além da carroça<br />
de burro com seu condutor. Estávamos descalços, as pernas<br />
enlameadas até os joelhos com barro vermelho. Na nossa frente<br />
estava a Casa Grande de Penedo caiada de branco, no meio de<br />
vegetação exuberante. A recepção era mais que cordial. Tinham<br />
aguardado e esperado por Toivo Uuskallio, isso se via por tudo.<br />
Junto à porta principal estava um coral vestido de branco, que sob<br />
o comando de seu mestre-capela fez soar, a quatro vozes, a<br />
canção Laula, matkalainen korppiman (Canta, viajante do<br />
deserto). O ambiente era sensível e comovente. Até eu, que vinha<br />
como estranha e não tinha chegado impulsionada pelo ideal de<br />
Penedo, recebi minha parcela de cordialidade e atenção, o que de<br />
parte dos patrícios em terras estrangeiras é tão comovente. (apud<br />
FAGERLAN<strong>DE</strong>, 1999b).<br />
118