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Ler texto - Escola de Arquitetura - UFMG

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97<br />

entorno da praça da In<strong>de</strong>pendência. A partir do início das obras e a proximida<strong>de</strong> da data <strong>de</strong><br />

inauguração do ramal ferroviário, a Câmara se faria mais presente na região da Barra e do<br />

Rosário, bairros visinhos. O calçamento das ruas que levavam à estação seria iniciado, os<br />

vereadores não gostariam que as ruas <strong>de</strong> acesso à estação e <strong>de</strong>sta ao centro causassem uma má<br />

impressão aos visitantes. Para ajudar na qualida<strong>de</strong> do caminho, seriam construídos dois<br />

bueiros para a captação das águas pluviais que <strong>de</strong>sciam para a rua da Barra. Um receberia as<br />

águas vindas da rua da Delegacia <strong>de</strong> Polícia e Jogo da Bola e outra da rua das Mercês e<br />

Caminho Novo, além <strong>de</strong> obrigar os moradores a canalizarem a água coletada pelos telhados<br />

até os bueiros. Como a região da Barra fica <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um vale, ela recebe a água dos morros<br />

ao redor. Essa característica topográfica favorecia a formação <strong>de</strong> enxurradas que po<strong>de</strong>riam<br />

alagar a região e dificultavam o trânsito pelas ruas. A canalização da água das chuvas<br />

facilitaria o acesso à estação em dias chuvosos, já que gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água não<br />

transitaria pela rua, caindo direto no rio Funil. A manutenção da limpeza do rio também não<br />

seria <strong>de</strong>ixada <strong>de</strong> lado. O vereador Claudino faria uma proposta <strong>de</strong> limpeza do rio funil com a<br />

contratação <strong>de</strong> cinco trabalhadores, que também vigiariam algumas correntes <strong>de</strong> galés que<br />

auxiliariam nos trabalhos. 252<br />

O calçamento das ruas provocava um certo transtorno às pessoas que transitavam<br />

pelo local enquanto as obras estivessem sendo realizadas. O empreiteiro Domingos Ferreira<br />

da Costa reclamava sobre a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> começar o calçamento da rua que ia da ponte<br />

dos Contos até o Largo do Rosário, sem que a Câmara autorizasse o interrompimento do<br />

gran<strong>de</strong> trânsito <strong>de</strong> pessoas e carroças que a rua possuía. A Câmara autorizou que se colocasse<br />

uma porteira a cada cem metros para evitar o trânsito <strong>de</strong> carros e carroças. A mesma política<br />

foi utilizada no calçamento da rua <strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes o que acabou prejudicando até os trabalhos<br />

realizados na rua Conselheiro Affonso Penna. O diretor <strong>de</strong> obras públicas pedia para que fosse<br />

aberta uma exceção para as carroças que conduzissem pedras para o calçamento da referida<br />

rua. 253<br />

A iniciativa privada também contribuiria com os melhoramentos da cida<strong>de</strong>. O<br />

engenheiro Chrispiniano Tavares apresentou proposta <strong>de</strong> construir um novo bairro próximo ao<br />

futuro ramal ferroviário. 254 Duas outras propostas <strong>de</strong> melhoramentos foram apresentadas à<br />

Câmara e tiveram o parecer favorável da comissão <strong>de</strong> aforamento. O primeiro foi do<br />

engenheiro Joaquim Machado e Mello e do industrial Francisco Ferreira <strong>de</strong> Morais que<br />

252 I<strong>de</strong>m., 12 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1887, pp. 72-74v. 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1887, pp. 92-93.<br />

253 I<strong>de</strong>m., 25 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1886, pp.48v-51. 12 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1886, pp. 60v-61v.<br />

254 Esta proposta será analisada com mais vagar na seção 2.3 – O crescimento da cida<strong>de</strong>. I<strong>de</strong>m., 23 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong><br />

1885, pp. 2-3v.

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