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Ler texto - Escola de Arquitetura - UFMG

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eram forçados a trabalharem, os galés, a remoção <strong>de</strong> terra do morro voltaria a ser realizada<br />

com o objetivo <strong>de</strong> atingir o nível da calçada. 218<br />

Além <strong>de</strong> intervenções visando “melhorar” o espaço urbano como o calçamento das<br />

ruas e o arrasamento <strong>de</strong> um morro, dois equipamentos urbanos seriam instalados ou sofreriam<br />

melhoramentos. Ao mesmo tempo em que as linhas férreas se expandiam pela província<br />

ligando fisicamente o território, o telégrafo ia reduzindo as distâncias físicas entre as pessoas<br />

e acelerando as comunicações. Em 1880, o presi<strong>de</strong>nte Cônego Joaquim José <strong>de</strong> Santanna<br />

tinha como uma <strong>de</strong> suas metas <strong>de</strong> gestão ligar Ouro Preto à corte por meio <strong>de</strong> uma linha<br />

telegráfica. Argumentava que a linha não <strong>de</strong>veria ser encarada com motivos comerciais mas<br />

sim administrativos. A correspondência entre particulares era satisfeita pelo serviço das<br />

agências do correio, “não havendo ainda transações entre os pontos por on<strong>de</strong> vai esten<strong>de</strong>r-se a<br />

linha em número tal que <strong>de</strong>pendam <strong>de</strong> avisos por além <strong>de</strong> telegramas.” Já a administração às<br />

vezes necessitava pedir providências ou solicitar recomendações do governo geral <strong>de</strong> maneira<br />

imediata, e o correio não atendia à <strong>de</strong>manda. Mas o motivo mais importante, em sua opinião,<br />

seria a melhoria na qualida<strong>de</strong> da fiscalização da arrecadação <strong>de</strong> impostos realizada nas<br />

estações ferroviárias, pelo fato da autorida<strong>de</strong> provincial se fazer mais presente em menor<br />

tempo. Outro motivo, colocado <strong>de</strong> maneira sutil mas com não menor importância, seria a<br />

existência <strong>de</strong>ste serviço em quase todas as capitais, e Ouro Preto, a capital <strong>de</strong> uma importante<br />

província, não po<strong>de</strong>ria ficar em <strong>de</strong>svantagem. 219 Em menos <strong>de</strong> um ano este serviço já estaria<br />

em funcionamento.<br />

A iluminação pública também sofreria melhoramentos. Em 1881, o presi<strong>de</strong>nte Meira<br />

<strong>de</strong> Vasconcellos <strong>de</strong>scontente com a relação custo/benefício, expressaria a sua intenção <strong>de</strong><br />

buscar opinião sobre as alternativas para este serviço. O contrato era arrematado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1870<br />

pelo Tenente Coronel Carlos Gabriel Andra<strong>de</strong>, sendo prorrogado periodicamente. O diretor da<br />

fazenda provincial reclamava que a iluminação era fraca e não compensava a gran<strong>de</strong> quantia<br />

paga pelo serviço. 220 Já em 1882, um contrato prevendo a mudança do sistema <strong>de</strong> querosene<br />

218 Relatório <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Província apresentado por Manoel José Gomes Rebello Horta, em 26 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 1879, p. 16. O termo empregado para <strong>de</strong>signar essa obra foi ajardinamento do morro. O que num primeiro<br />

momento, po<strong>de</strong> gerar uma certa confusão, já que essa palavra é uma <strong>de</strong>rivação <strong>de</strong> jardim. O dicionário <strong>de</strong><br />

Almeida traz o significado <strong>de</strong> ajardinar: “converter qualquer terreno em jardim”. O termo jardim é um “nome<br />

que literalmente <strong>de</strong>signa um lugar <strong>de</strong>stinado à cultura das plantas”. Já arrasamento abarca o significado que o<br />

presi<strong>de</strong>nte queria empregar. Mas como o morro iria ser nivelado para <strong>de</strong>pois se construir um jardim no local,<br />

po<strong>de</strong> ter vindo daí a confusão no uso dos termos. ALMEIDA, op. cit., vol. I e II, pp. 105 e 381, respectivamente.<br />

219 Relatório <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Província apresentado por Cônego Joaquim José <strong>de</strong> Santanna, em 28 <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 1880, p. 29.<br />

220 Relatório <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Província apresentado por João Florentino Meira <strong>de</strong> Vasconcellos, em 07 <strong>de</strong><br />

setembro <strong>de</strong> 1881, p. 31. Este estudo seria realizado dois anos <strong>de</strong>pois a pedido do novo presi<strong>de</strong>nte Gonçalves<br />

Chaves pelo diretor da <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Minas Henri Gorceix.

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