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Ler texto - Escola de Arquitetura - UFMG

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56<br />

Os termos do contrato garantiam 7% sobre a importância <strong>de</strong>spendida na construção<br />

da estrada até o máximo capital <strong>de</strong> 1,500:000$000 réis durante o tempo <strong>de</strong> 30 anos. Com a<br />

entrada da Estrada <strong>de</strong> Ferro D. Pedro II para o interior da província, e com os estudos feitos<br />

para <strong>de</strong>finir o melhor trajeto a ser percorrido, o concessionário George John Man<strong>de</strong>rs dirigiuse<br />

a Ouro Preto para a formação <strong>de</strong> uma companhia, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> angariar fundos para<br />

a construção. Dentre os integrantes da diretoria faziam parte o coronel Francisco Ferreira<br />

Alves, o tenente coronel Domingos Magalhães Gomes, o capitão Antonio Luiz Maria Soares<br />

<strong>de</strong> Albergaria, Carlos C. Copsey e o tenente coronel Carlos Gabriel <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, importante<br />

arrematante <strong>de</strong> obras provinciais e ouropretanas. Man<strong>de</strong>rs transferiu os direitos do contrato<br />

para esta companhia que, para efetivar a sua atuação, lavrou seu estatuto encaminhando-o<br />

para o governo imperial para <strong>de</strong>vida aprovação. O presi<strong>de</strong>nte da província pon<strong>de</strong>rou sobre a<br />

empresa: “Consi<strong>de</strong>ro a realização <strong>de</strong>ssa empresa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a província, e<br />

necessária para maior <strong>de</strong>senvolvimento e progresso moral e material <strong>de</strong> sua capital, pondo-a<br />

em fácil comunicação com a corte do Império.” 136<br />

Theophilo Ottoni mantinha certa <strong>de</strong>sconfiança em relação a essa concessão,<br />

justificada pelas dificulda<strong>de</strong>s que Man<strong>de</strong>rs enfrentou e pelo fato <strong>de</strong>, até aquele momento, a<br />

companhia formada não ter conseguido angariar os fundos necessários para o cumprimento do<br />

contrato, atrasando o início dos trabalhos. Após 10 anos o concessionário não havia<br />

conseguido levantar os capitais necessários para começarem as obras. Theophilo Ottoni<br />

chamava para si e para o governo provincial a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção do ramal. Essa<br />

medida tinha como objetivo salvar a cida<strong>de</strong>. A ferrovia ligaria Ouro Preto ao Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

colocando a cida<strong>de</strong> na rota do escoamento da produção, o que po<strong>de</strong>ria dar maior dinamicida<strong>de</strong><br />

à economia e à vida urbana, trazendo nova importância para a cida<strong>de</strong>. 137<br />

Em seu relatório, Silva Chaves mencionou que a utilida<strong>de</strong> da construção do ramal da<br />

estrada <strong>de</strong> ferro em Ouro Preto era tida com quase unanimida<strong>de</strong> entre os parlamentares, sendo<br />

“contestada por um ou outro pessimista”. Durante a argumentação percebe-se uma posição<br />

claramente favorável à manutenção da capital da província em Ouro Preto. A abertura do<br />

ramal “impõe-se a todas as inteligências sãs por consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m administrativa e por<br />

conveniências econômicas”. A idéia <strong>de</strong> Silva Chaves era ligar a linha <strong>de</strong> Ouro Preto à <strong>de</strong><br />

Itabira, formando uma gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> que escoaria a produção do norte da província ao mercado<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Esta era a única medida capaz <strong>de</strong> salvar a cida<strong>de</strong>, sendo “<strong>de</strong> suma<br />

136 Relatório <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Província apresentado por João Florentino Meira <strong>de</strong> Vasconcellos em 07 <strong>de</strong> agosto<br />

<strong>de</strong> 1881, p. 57.<br />

137 Relatório <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Província apresentado por Theophilo Ottoni em 01 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1882, p. 43.

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